quarta-feira, junho 06, 2007

Inicia Transposição com tráfico de influência e corrupção


O Exército já chegou na região de Cabrobó e no Icó Mandantes em Floresta – PE para executar o maior espetáculo fisiologista da era Lula, com um contingente inicial de 270 homens para realizar os três primeiros quilômetros do eixo Norte e Leste da transposição, a obra inicia blindada pelo coronelismo militar, as custas do meio ambiente da vida e dos territórios tradicionais. A transposição comandada pelo neocoronelista da presidência da Republica, que age em nome da redenção sertaneja, deixa no seu legado o fortalecimento e a renovação da indústria da seca no Nordeste, na era contemporânea.

Designado pelo banditismo do Estado burguês, a obra da transposição do São Francisco, planejada e iniciada de modo centralizado, trás de forma mascarada um emaranhado tráfico de influência que irriga relações de interesse político local, através de prefeitos, comerciantes e empreiteiras de índole duvidosa. Esse emaranhado necessariamente não se confunde com “corrupção” embora as principais empreiteiras envolvidas na disputa estejam envolvidas de alguma forma no cenário da corrupção, mas, tomando-se essa como fraude de procedimentos “legais” com objetivos espúrios, a forma de começar a obra é marcada na sua essência como crime, golpeado contra a vontade popular e o meio ambiente do São Francisco.

O fisiologismo aplicado na relação com a comunidade local, através do ministério da integração, usa do desonesto jogo de troca de relação política, por migalhas redencionista que vai procurando legitimar o processo decisório do instinto de poder as custas da carência popular (a falta de saúde, terras, educação, estradas, emprego, renda, etc.). O Exército já chegou atrapalhando a vida da comunidade local, equipados também de olheiros e bajuladores de plantão, atônitos a procura de algo que cheire com levante popular. Esses trabalham cotidianamente coletando informações, num leva e trás pra informar ao governo os bastidores do cenário da transposição. Lula, literalmente renovou o status coronelista da indústria da seca ao sangrar o Velho Chico de forma criminosa, cometida justamente na região do polígono da maconha. Quanto à sociedade, através dos seus organismos de luta indignados, saberão no momento certo fazer o levante necessário para impedir a loucura ditatorial representado pelo enganoso projeto.

Alzení Tomáz
CPP NE – Articulação Popular do Baixo São Francisco
05 de junho de 2007.

segunda-feira, junho 04, 2007

Cartografia dos Pescadores e Pescadoras dos Submédio e Baixo São Francisco


Está pronto a Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil, relacionadas as Comunidades dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Submédio e Baixo São Francisco. Com o tema Mostrando Sua Cara, Vez e Voz, um grupo de pescadores /as artesanais elaboraram sua cartografia, descrevendo temas relacionados a sua identidade na bacia do São Francisco, analise sobre a situação e os problemas do Rio antes e depois dos grandes projetos, as lutas, reivindicações, potencialidade e organização da categoria. A cartografia faz parte de um projeto coordenado pelo professor Alfredo Wagner da universidade Federal da Amazônia. A cartografia será lançada em toda região do Submédio e Baixo e servirá como instrumento de discussão e reflexão da luta dos pescadores nestas regiões.

Notícias do Baixo São Francisco

Conferência Regional das Mulheres em PA
Cerca de 200 mulheres da região de Paulo Afonso Bahia reuniram-se nos dias 08 e 09 de maio em Paulo Afonso para discutir Políticas para as Mulheres - Beira Rio Caatinga “A caminho da Igualdade de Gênero - Rumo a Conferência Estadual, até a Conferência Nacional”. A organização desta conferência foi do CMDM - Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. A conferencia avaliou a propuseram políticas públicas para as mulheres nos eixos: poder, democracia e participação política; educação e cultura; superação da pobreza, geração de renda, trabalho, acesso ao crédito e a terra - mulheres; urbanas e rurais; violência e política de segurança; saúde, direitos sexuais e reprodutivos; raça e etnia (mulheres negras, quilombolas, indígenas); mulher e meio ambiente. A discussão foi marcada com posição unânime das mulheres presentes propondo o arquivamento imediato de projetos nefastos ao meio ambiente e às comunidades tradicionais como é o caso do projeto de transposição do rio São Francisco.

Encontro das Coordenações dos Núcleos de Articulação Popular
Nos dias 05 e 06 de Maio em Palmeira dos Índios realizou-se o encontro das coordenações de organizações e movimentos populares daquela região do agreste.O encontro discutiu a situação do rio Traipu um dos principais afluentes do São Francisco em Alagoas, uma equipe está caminhando em missão nos seu leito, levantando os principais problemas, a situação da população e a necessidade de uma política de revitalização para a bacia que leve em consideração os afluentes do São Francisco. O encontro também discutiu sobre o conceito popular de revitalização, as estratégias de lutas contra o projeto de transposição, usina nuclear e a barragem de Pão de Açúcar na região do baixo. A coordenação do Núcleo Dimas e Calumbi que compreende a região do sertão de Sergipe e Alagoas também se encontraram para discutir a organização de ações que leve ao arquivamento do projeto de transposição.

Encontro com Povos Indígenas, APOINME e CIMI
A APOINME se reuniu no ultimo dia 26 de maio na aldeia Pipipã, entre os vários interesses relacionados a situação indígena no estado de Pernambuco, os indígenas analisaram a situação de imposição do projeto de transposição e as investidas do governo para conquistar compensações. “Antes eles vinham ludibriar a gente com presentes como espelhos, adornos, agora querem ludibriar a gente com nossos próprios direitos, querem que a gente aceite casa, banheiro e até a demarcação de nossas terras só pra gente apoiar esse projeto mentiroso”, disse o cacique Pipipã, Valdemir Lisboa. Segundo Uilton Tuxá, coordenador da APOINME, a posição dos povos indígenas permanece contrária à obra e não aceita que o governo use os direitos das populações como moeda de troca. A Articulação dos povos indígenas discutem com os movimentos sociais formas de neutralizar o andamento do projeto.

Núcleo de Articulação Popular em Defesa do São Francisco na Grande Aracajú
Em reunião no dia 28/05/07 na sede do SINDIPETRO AL/SE - Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros Petroquímicos, Químicos e Plásticos dos Estados de Alagoas e Sergipe, entre os diretores Dalton dos Santos e Roberto Freitas, foi discutida a apoio do sindicato com a luta em defesa do São Francisco na campanha contra o projeto de transposição. Foi acordada a articulação para criação de um Núcleo permanente em defesa do São Francisco na região de Aracajú. Além do apoio para sustentação de mobilizações contra a transposição na região do Submédio e Baixo, o sindicato também disponibilizou a assessoria jurídica para compor o grupo jurídico de acompanhamento aos processos licitatórios do projeto de transposição. Ainda em Aracaju aconteceu reunião com MAB – Movimento de Atingidos por Barragem e o MPA – Movimento de Pequenos Agricultores, com o objetivo de discutir a constituição do Núcleo de Articulação Popular em Aracaju e a organização da Via Campesina no Estado. O MPA e o MAB estarão convidando os outros movimentos de luta pela terra no estado para iniciarem o processo organização, os movimentos estão dispostos na participação efetiva contra as obras da transposição.

Ministério Público
Em reunião com o Ministério Público de Sergipe, Dr. Eduardo Matos, juntamente com o Conselho Pastoral dos Pescadores e o Movimento de Mulheres Camponesas se avaliou a difícil situação dos processos jurídicos de impedimento à transposição, todos as liminares caem nas mãos do ministro Sepúlveda Pertence, que já tem tendência política favorável à obra. Para tanto, discutiu-se a criação de um grupo jurídico com advogados dos movimentos sociais, o MP e a OAB de Sergipe para acompanhar os processos de licitação da obra, maior gargalo do projeto de transposição. Segundo Eduardo Matos, como uma obra desse porte é impossível que não tenha falcatruas nas licitações com as empreiteiras, aí teremos elementos jurídicos condizentes para impedir a transposição, além dos fatos novos que discorreram nos processos de mobilização social”.

Debate esclarece projeto de transposição e marca posição em escolas e universidade em Paulo Afonso.
Os membros da ONG Mandacaru estão realizando campanha de discussão sobre o projeto de transposição, a discussão aponta para um projeto de convivência com o semi-árido e uma verdadeira revitalização do SF, todas as escolas do bairro Tancredo Neves está sendo visitada. Alunos e professores não concordam com o projeto e assumem posturas contra a obra, o povo indígena Tupã que mora no entorno do bairro também participam acompanhando todos os debates. Estudantes também realizam Fórum de discussão na UNEB em Paulo Afonso esclarecendo os perigos do projeto de transposição.

Seminário Estadual da Via Campesina de AL
A Via Campesina no Estado de Alagoas reuniu nos últimos 28 a 31 de maio em Marechal Deodoro, para discutir a questão camponesa no Estado de Alagoas, a assessoria foi do professor Horácio Martins, na construção de conceitos de campesinato. A Via reúne entidades e movimentos como o MMC, MPA, MST, CPT e Quilombolas. O Ultimo dia a via aprofundou a discussão com relação ao São Francisco, a intervenção do agro e hidronegócio na bacia e a ameaça da transposição, os movimentos estão engajados na luta para impedir o avanço da obra.

Equipe do Brasil de Fato nos Eixos da Transposição


Uma Equipe do Jornal Brasil de Fato composta pelo fotografo João Zinclar, Tatiana Merlino e Flaudemir, vêem realizando uma série de matérias jornalísticas nos eixos do projeto de transposição. Caminhando, conhecendo os lugares e comunidades que serão atingidas pelo projeto, a Equipe vem encontrando ao longo dos canais do eixo leste e norte razões importantes de contradições que norteiam o objetivo deste projeto. A identificação do grande potencial hídrico nesta região, a falta de gerenciamento da água, iniciativas de projetos de convivência com o semi-árido em construção e a intervenção do agronegócio no semi-árido, além, da indústria da seca historicamente estabelecida como política nestas regiões, são algumas das muitas incoerências encontradas que leva ao chão as mentiras impostas pelo governo federal sobre a viabilidade da obra e sua real intenção. O Brasil de Fato está publicando as matérias. Para adquirir o jornal, basta acessar o sitio: http://www.brasildefato.com.br/ e ver a melhor forma de assinatura.

Jornada de Luta

Cerca de 4.000 trabalhadores rurais dos movimentos sociais do campo ligados a Via Campesina fecharam cinco rodovias pela manhã, em Alagoas no ultimo dia 23 de maio. Eles querem mudanças na política econômica e protestam contra as reformas neoliberais da legislação trabalhista e previdenciária e em defesa da reforma agrária. As rodovias foram fechadas nos municípios de Maragogi, Messias, Joaquim Gomes, Murici e Arapiraca. Em Maceió, mais de 2.000 trabalhadores do campo e da cidade, além estudantes, realizaram um ato nas principais ruas da cidade, parando em frente ao Palácio do Governo para apresentar reivindicações ao governador do Estado, entre elas, posição contrária ao projeto de transposição das águas do Rio São Francisco.

Mobilização marca dia do Trabalhador

Mobilização I contra Transposição interdita ponte em Propriá
Organizado pelo Sindicato dos Petroleiros de Sergipe e Alagoas juntamente com as diversas organizações do baixo São Francisco e populações indígenas daquela região no dia 1º. de Maio – dia do trabalhador foi marcado com manifestação na ponte que liga Propriá à Penedo por cerca de 3 horas. O ato fez parte de uma serie de mobilizações sociais contra o projeto de transposição do rio São Francisco. A fila de carros parados por quase três quilômetros não incomodou ou viajantes, muitos aderiram, se juntando aos manifestantes.

Manifestação II contra a transposição na comunidade Retiro
Cerca de 300 pessoas comemorou o 1º. De Maio com protesto e celebração na comunidade do Retiro no Município de Nova Gloria - Bahia, contra o projeto de transposição, as organizações populares da região estendeu faixas com frases do São Francisco Vivo: terra, água, rio e povo! Entre falas e musicas os manifestantes informaram a situação e protestaram contra esse projeto insano.