quarta-feira, janeiro 28, 2009

Bloco o Pirá no Carnaval de Penedo

As Organizações Populares de Penedo no Baixo São Francisco irão pular o carnaval denunciando a situação do Velho Chico e as atrocidades das obras da transposição.


Venha participar do desfile do bloco ecológico O Pirá pelas principais ruas da cidade no Carnaval 2009 em Penedo. Estaremos fazendo um protesto contra o Projeto de Transposição e também contra a degradação do Meio Ambiente. Participe!


Maiores contato Professora Benalva: (82) 35515223 / 91451248 / 99737026 / 91458352


Carnaval de Resistência



Um Carnaval de luta e resistência dos pescadores artesanais da comunidade de Resina na foz do Rio São Francisco, terá formação cultural, social, política e econômica na semana do carnaval.


Em Resina, comunidade de pescadores artesanais na Foz do São Francisco, criminosamente ameaçada de despejo para construção de um luxuoso hotel pela empresa NORCON de Sergipe, vem bravamente resistindo às tentativas de cooptação e ameaças da empresa, de fazendeiros e políticos da região. A comunidade fará um carnaval diferente, com a presença de diversas organizações do Baixo São Francisco na semana de carnaval, terá inúmeras atividades culturais e formação de organização social.


Povos Indígenas do Nordeste denunciam ameaças da transposição

No Fórum Social Mundial, Povos Indígenas do Nordeste denunciam ameaças das obras da transposição do Rio São Francisco e o descaso do governo federal

Um relatório de denuncia dos Povos Indígenas do Nordeste ameaçados com o projeto de transposição do Rio São Francisco é apresentado durante o Fórum Social Mundial em Belém/PA, nos dias 27/01 a 01/02 deste. Os povos indígenas Truká, Tumbalalá, Anacé, Pipipã, Kambiwá, Pankararu, Tuxá, Xokó e Kariri-Xokó nas regiões do submédio e baixo São Francisco, através da APOINME – Articulação dos Povos e Organizações indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, denunciam às organizações nacionais e internacionais os impactos diretos das obras da transposição em seus territórios.


O projeto de transposição é uma mega obra do governo federal apresentada no PAC – Plano de Aceleração do Crescimento que segundo o governo, visa levar água para 12 milhões de pessoas no chamado nordeste setentrional, com um custo de mais de 6,6 bilhões de reais, com dois canais em eixos norte e leste com 600 km de extensão. Os pontos de captação das águas iniciam-se em território do Povo Truká no município de Cabrobó/PE e o território do Povo Pipipã, em Floresta/PE. Um dos destinos da água transposta será o abastecimento do Complexo Portuário de Pecém, no Ceará, em pleno território do Povo Anacé, que já estão em processo de remoção forçada para implantação das indústrias do Pecém.


A mais de um ano, ao iniciar as obras da transposição o governo Lula arbitrariamente vem negando a existência desses territórios e os impactos sócios, econômicos, ambientais e culturais provocados pelas obras, não apenas em territórios indígenas como em territórios quilombolas, de pescadores artesanais e ribeirinhos. Os indígenas denunciam a invasão do exército brasileiro em seus território sem se quer terem sido consultados como diz a Constituição Federal e a Convenção 169 da OIT – Organização Internacional do Trabalho. Denunciam que quando o governo não pode negar a identidade étnica e o reconhecimento do território, tenta de todas as formas cooptar o Povo de aceitar a transposição em troca de direitos básicos com saúde, eletrificação, moradias, demarcação dos territórios e com promessas de trabalho nas obras, aproveitando da extrema necessidade.


Neste relatório, os Povos Indígenas ainda denunciam a situação de degradação do Rio São Francisco já impactado com os sucessivos barramentos hidrelétricos que destruíram cultura material, territórios e deixou o São Francisco com sérios problemas na economia tradicional, na pesca, na agricultura e na reprodução dos recursos naturais e nenhuma ação efetiva de revitalização até o momento foi realizada. Mas, além do descaso ocasionado pelo inicio das obras da transposição, os povos indígenas ainda denunciam a criminalização e a violência do estado através da policia federal e do exército brasileiro, além de empreiteiras e diversos posseiros, que como invasores de seus territórios ainda tentam contra vida de lideranças.

Ainda no relatório, os povos indígenas, reclamam seus direitos a autodeterminação e seu desenvolvimento sustentável e propõe uma profunda revitalização do são Francisco e uma verdadeira política de convivência com o semi-árido.


A Cartografia Social e o Vídeo Denuncia


Além do Relatório de Denuncia os Povos Indígenas com apóio a assessoria do Projeto de Cartografia Social do Brasil, NECTAS/UBNEB, a Associação de Advogados dos Trabalhadores Rurais – AATR, o Conselho Pastoral dos Pescadores/ CPP NE através da Articulação Popular pela Revitalização do São Francisco e a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo - APOINME, realizaram oficinas de construção do Relatório de Denuncia, nove Cartografias Sociais e um vídeo que denunciam todo descaso das políticas predatórias do governo que impactam os territórios indígenas.


A Cartografia Social é um importante instrumento de construção coletiva do Povo, que através de um fascículo fala da sua condição étnica, cultural, territorial, seu modo de vida, sua relação com a natureza e o rio São Francisco, os problemas e as ameaças presentes na realidade de seu Povo. As nove Cartografias realizadas priorizaram os territórios impactados pela transposição dos Povos: Anacé no Ceará, Truká, Pipipã, Kambiwá e Pankararu no Estado de Pernambuco, Tumbalalá e Tuxá na Bahia, Xokó no Estado de Sergipe e Kariri-Xokó no Estado de Alagoas. Nestes mesmos territórios um vídeo foi publicado com a voz dos Povos Indígenas que se posicionam frente à situação do Rio São Francisco, os Grandes Projetos e as Obras da Transposição.


Maiores Informações:

Alzení Tomáz – CPP NE - 75.8835 3113

Juracy Marques – NECTAS/UNEB - 75.9138 4821


sábado, janeiro 24, 2009

Revitalização do São Francisco só em placas e anuncios de televisão

Mais de 7mil Pescadores Artesanais sofrem sem o seguro defeso e ameaçam voltar pra o rio


O governo vem sujando o Rio São Francisco, poluído, destruindo, execrando, escrachando... Não faltam mais adjetivos para expressar o descaso e o menosprezo com que o Governo Lula vem tratando o Velho Chico nas vozes do povo ribeirinho, que assiste a morte do rio.


A mais de setenta dias Pescadores Artesanais estão sem receber o beneficio do Seguro Defeso, período de reprodução do pescado onde a pesca artesanal é interrompida. O Ministério do Trabalho alega diversos impedimentos. Em cada Colônia de Pescadores uma justificativa dos mais insolentes: “eles em cada colônia diz uma coisa, num lugar diz que falta uma ata disso ou daqui, em outra diz que houve atraso da lista, termina sendo uma vergonha, porque os pescadores são pai de família que pesca pra dar comer a família e a maioria já pensa de ir pra o rio porque tão passando fome, arriscado a ser pego pelo IBAMA”. Disse Rosalvo – presidente da Colônia de Petrolândia/PE. Cerca de 15 Colônia e mais de 7mil pescadores artesanais do Submédio e Baixo São Francisco ainda não tiveram o seguro defeso garantido dando margem para a pesca proibida.


Como se não bastasse, a barragem de Xingó ainda está operando com cerca de 1.200 m3/s o que se torna um verdadeiro genocídio do pescado, empatando que no tempo certo o peixe possa reproduzir. O exemplo do ano de 2008 que no período do defeso a Chesf segurou água, e o peixe na região do Baixo São Francisco só começou a reprodução em abril, termino do defeso e inicio do retorno da pescaria. Ao se repetir, essa prática o círculo de reprodução se modifica drasticamente.

É a matriz energética soberana em detrimento das necessidades dos usos múltiplos do São Francisco. “O desrespeito a pescaria artesanal e ao Rio São Francisco é grande, revitalização é só nas placas que o governo coloca, mas, não se ver nada sendo feito, só se agrava a situação, o canal do Sertão em Alagoas essa transposição vão terminar de matar o rio”. Disse seo Joaquim de 81 anos pescador do São Francisco em Piranhas.


Na foz do São Francisco no qual o governo alega que a “água se desperdiça” já se ver búfalos passeando nas dunas de áreas formadas no meio do Rio. Aqui, os ecossistemas são frágeis e se encontram ameaçados por empresas como a NORCON que deseja fazer um grande hotel de luxo, expulsando e queimando casas de pescadores artesanais na Foz como foi o caso da Comunidade Resina em Brejo Grande/SE. “E tudo isso com a conivencia do governo do estado e do governo federal, o governo nem se preocupa com a natureza, muito menos com as pessoas”. Disse uma pescadora da Foz. Resina é uma comunidade de cerca de 52 famílias que a mais de século ocupa tradicionalmente as terras que são públicas. O povo vive da pesca artesanal e da pequena agricultura camponesa.


Baixo São Francisco 24/01/09

Alzení Tomáz

sábado, janeiro 03, 2009

Um pesar para o Baixo São Francisco

O ano inicia com mais um pesar. Os Pescadores Artesanais do Baixo São Francisco estão de luto. A importante liderança Seu Dionisio - da Ilha do Jegue em Penedo é abraçado pela mãe terra neste dia 02 de janeiro.

Seu Dionisio liderou a luta dos pescadores artesanais nesta região de Penedo/Al, para garantir que a terra da Ilha do Jegue não ficasse com os poderoso. A Ilha do Jegue é um território pesqueiro de ocupação tradicional, onde 23 famílias resistiram e lutaram pelo o direito a moradia, a terra e a água. Ajudou a criar o Movimento Ecológico Filhos do Velho Chico e sempre participou da luta da Articulação Popular do Baixo São Francisco.

Seu Dionisio, sofria de um câncer que o levou para junto da mão terra.

Que as águas do São Francisco livre, lhe ofereça as homenagens merecidas...