sábado, janeiro 24, 2009

Revitalização do São Francisco só em placas e anuncios de televisão

Mais de 7mil Pescadores Artesanais sofrem sem o seguro defeso e ameaçam voltar pra o rio


O governo vem sujando o Rio São Francisco, poluído, destruindo, execrando, escrachando... Não faltam mais adjetivos para expressar o descaso e o menosprezo com que o Governo Lula vem tratando o Velho Chico nas vozes do povo ribeirinho, que assiste a morte do rio.


A mais de setenta dias Pescadores Artesanais estão sem receber o beneficio do Seguro Defeso, período de reprodução do pescado onde a pesca artesanal é interrompida. O Ministério do Trabalho alega diversos impedimentos. Em cada Colônia de Pescadores uma justificativa dos mais insolentes: “eles em cada colônia diz uma coisa, num lugar diz que falta uma ata disso ou daqui, em outra diz que houve atraso da lista, termina sendo uma vergonha, porque os pescadores são pai de família que pesca pra dar comer a família e a maioria já pensa de ir pra o rio porque tão passando fome, arriscado a ser pego pelo IBAMA”. Disse Rosalvo – presidente da Colônia de Petrolândia/PE. Cerca de 15 Colônia e mais de 7mil pescadores artesanais do Submédio e Baixo São Francisco ainda não tiveram o seguro defeso garantido dando margem para a pesca proibida.


Como se não bastasse, a barragem de Xingó ainda está operando com cerca de 1.200 m3/s o que se torna um verdadeiro genocídio do pescado, empatando que no tempo certo o peixe possa reproduzir. O exemplo do ano de 2008 que no período do defeso a Chesf segurou água, e o peixe na região do Baixo São Francisco só começou a reprodução em abril, termino do defeso e inicio do retorno da pescaria. Ao se repetir, essa prática o círculo de reprodução se modifica drasticamente.

É a matriz energética soberana em detrimento das necessidades dos usos múltiplos do São Francisco. “O desrespeito a pescaria artesanal e ao Rio São Francisco é grande, revitalização é só nas placas que o governo coloca, mas, não se ver nada sendo feito, só se agrava a situação, o canal do Sertão em Alagoas essa transposição vão terminar de matar o rio”. Disse seo Joaquim de 81 anos pescador do São Francisco em Piranhas.


Na foz do São Francisco no qual o governo alega que a “água se desperdiça” já se ver búfalos passeando nas dunas de áreas formadas no meio do Rio. Aqui, os ecossistemas são frágeis e se encontram ameaçados por empresas como a NORCON que deseja fazer um grande hotel de luxo, expulsando e queimando casas de pescadores artesanais na Foz como foi o caso da Comunidade Resina em Brejo Grande/SE. “E tudo isso com a conivencia do governo do estado e do governo federal, o governo nem se preocupa com a natureza, muito menos com as pessoas”. Disse uma pescadora da Foz. Resina é uma comunidade de cerca de 52 famílias que a mais de século ocupa tradicionalmente as terras que são públicas. O povo vive da pesca artesanal e da pequena agricultura camponesa.


Baixo São Francisco 24/01/09

Alzení Tomáz