Cinco mil pessoas caminharam das 8 da noite do sábado até às 4 da manhã do Domingo em Sobradinho. Terminamos às margens do São Francisco, repartindo o pão. Caminharam conosco D.Cappio, D. Tomás Balduino, Gilberto Miranda (Movimento dos Artistas), Laura Vargas (representante da Pax Christi), representantes de igrejas, movimentos, de índios, quilombolas, pescadores. Uma caminhada bonita, com música, sob o luar do sertão e do brilho da Via Láctea.
Poucos metros à frente estava o Exército, ocupando a parede da barragem de Sobradinho. É surrealista que um governo coloque continuamente o Exército para assustar índios, quilombolas, ribeirinhos, trabalhadores rurais, lideranças que sempre votaram nesse governo. Talvez seja uma forma nobre de responder a todos aqueles que se rebelam contra uma obra injusta que faz como vítima – sempre – exatamente os setores mais oprimidos da história do Brasil em todas as épocas.
Enquanto caminhávamos aqui os franciscanos entregavam a Lula uma carta contra o etanol e a transposição do São Francisco. Sinal que os irmãos de Francisco estão afim de recuperar o carisma de seu fundador.
A festa continua, a caminhada também. Dias de reflexão sobre o futuro desse país e da humanidade virão necessariamente, por bem ou por mal. O cérebro ossificado dos governantes atuais e do grande capital não tem futuro. Podem ter certeza, nós estaremos presentes e a defesa do São Francisco não é moda passageira. Água para todos os nordestinos e comida na mesa do povo continuam nossas bandeiras irrenunciáveis. Na hora certa voltaremos.
A AGENDHA tem o prazer de convidar as Instituições Parceiras, amigos e amigas a
visitarem a Sala Caatinga Cerrado Transamérica Expo Center, em São Paulo, no dias 23, 24 e 25 de outubro de 2008, na qual 12 Organizações da Bodega de Produtos Sustentáveis do Bioma Caatinga, estarão, dentre outras, expondo seus Produtos da Sociobiodiversidade Caatingueira:
Associação de Artesãos de Santa Brígida
Associação das Artesãs do Sítio Pitombe Associação dos Artesãos do Sertão Pernambucano Associação Quilombola de Conceição das Crioulas Associação das Mulheres Rurais Sítio Macaúba Carnaúba Viva/RN Cooperativa Agropecuária do Pólo de Remanso Cooperativa de Agricultores Familiares do Nordeste da Bahia/BA Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá/BA Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina/BA Grupo Inspiração Feminina/BA Plantus Fitoterápicos e Fitocosméticos
Sejam bem vindos/as a sala de produtos com sabores, belezas, dedicação e sustentabilidade. Para saber mais visite os sítios: www.exposustentat.com.br.
Esperando para um abraço caatingueiro, portanto, caloroso.
Edvalda Pereira Torres Lins Aroucha Coordenadora da AGENDHA e da Bodega de Produtos Sustentáveis do Bioma Caatinga
Ainda que por um dia, 18, D. Luís Cáppio voltará a Sobradinho e voltará ao jejum. Com ele um incontável número de pessoas ao redor do mundo, articuladas na Via Campesina, numa jornada de jejum contra a fome, a partir do dia 16. Nós, aqui no São Francisco, incluímos também na causa o jejum contra a insegurança hídrica, que vitima 1,2 bilhão de pessoas na Terra, 300 milhões a mais que a fome.
Nessa data D. Luís receberá o prêmio de direitos humanos concedido pela Pax Christi International, por sua defesa do rio São Francisco e do povo que habita sua bacia. Com o bispo serão homenageados todos aqueles que lutam pela defesa do rio.
Nossa jornada também começa no dia 16, com uma sessão na câmara de vereadores de Sobradinho. No dia 17 um seminário sobre a realidade do rio e do semi-árido. No dia 18 o jejum e uma celebração ecumênica pela boca da noite. A partir das 20 horas, uma romaria da capela ao rio São Francisco, quando acontecerá a entrega do prêmio, concluindo com o show musical pela madrugada. Uma festa, uma celebração, uma caminhada.
Vamos relembrar ao governo brasileiro – e ao povo brasileiro – que jamais esqueceremos que a transposição continua de pé e que as adutoras para abastecer com água as populações abandonadas do semi-árido não estão sendo feitas. Vamos lembrar que o governo retirou a construção das cisternas das mãos da sociedade civil para entregá-las aos governadores, que as utilizaram fartamente para suas finalidades eleitoreiras nessas eleições. Vamos lembrar que não se brinca com a sede humana, não se manipula as necessidades primárias das pessoas para fins eleitoreiros. Vamos sinalizar que não mudamos de pensamento e atitude. Nossa luta continua de pé e, dessa vez, o jejum será por apenas um dia.
Temos que olhar esse país de frente. Não queremos que ele se transforme numa cratera lunar, cheia de rios mortos, buracos de mineração e florestas devastadas. É o modelo fundamental de desenvolvimento que está em jogo. Diante da crise ambiental que ameaça a comunidade da vida, essa crise financeira dos mercados é absolutamente irrelevante. Não estamos olhando a árvore, mas a floresta.
Que aqueles que têm sensibilidade e respeito pela comunidade da vida, somem-se a esse gesto internacional, nessa jornada internacional contra a fome, contra a sede, em defesa de nossos rios, particularmente o São Francisco.
As grandes redes de comunicação têm veiculado permanente a crise das instituições financeiras dos Estados Unidos. Esse fato, por si só, requer uma profunda reflexão sobre as bases do modelo econômico em curso, o liberalismo econômico de Adam Smith, onde a “mão invisível” do mercado seria capaz de promover a felicidade para toda a humanidade. Contraditoriamente, para salvar a quebradeira, as “autoridades” no assunto clamam pela aprovação de 850 bilhões de dólares, que significa a intervenção do Estado na economia - a imagem melancólica do presidente Bush, de pires na mão (tão visível!), apelando ao Congresso Americano a aprovação do pacote, põe por terra a ideologia liberalizante da economia.
Nas últimas décadas, a ideologia neoliberal tornou-se onipresente por todas as partes do mundo, destacando-se como grande centro de divulgação os países ricos ou os de importância geopolítica na periferia. Do lado das grandes economias capitalistas, encontram-se os Estados Unidos e a Inglaterra e, na América Latina, seus aliados, a ditadura de Pinochet no Chile, o México de Salinas, o Peru de Fugimore e, posteriormente, o Brasil da era Collor e Fernando Henrique Cardoso.
Os fundamentos dessa teoria foram cultivados por quase meio século pela Escola de Chicago, tendo como expoentes teóricos, Milton Friedman e F. Von Hayec,e seus executores políticos, o então presidente americano, o cawboy hollyoodeano Ronald Reagan, e a ex-primeira ministra, a dama-de-ferro, Margaret Thatcher.
Entretanto, mesmo que o prefixo latino neo compõe a nomenclatura, o modelo remete ao século XVIII, com o economista escocês Adam Smith. Teórico do liberalismo econômico (laissez faire, laissez passer) defendia o mercado como princípio de desenvolvimento das nações – publicou o livro “A Riqueza das Nações” -, como única via capaz de resolver os problemas e construir o futuro da humanidade. Basicamente, a teoria tem como dogma a lei da oferta e da procura, retirando a intervenção do Estado na economia. Desde então, esse modelo de produção é estudado em academias, debatido nos parlamentos e veiculado nos grandes meios de comunicação ao redor do mundo.
No século XIX, em plena ampliação do desenvolvimento industrial e, em conseqüência, o fortalecimento do poder da burguesia, significativas parcelas da população européia encontravam-se desempregadas, atoladas na miséria e na violência. Enquanto que a concentração de renda asfixiava a maioria, o capitalismo crescia. Nesse contexto social, emerge a crítica marxista ao modelo capitalista e o papa Leão XIII, com a Encíclica Rerum Novarum, condenando o liberalismo econômico.
Em 1929 surge uma crise profunda no sistema capitalista, colocando para baixo a tese de que a economia era capaz de regular-se por si mesma. No início da década de 1980, países europeus aderiram ao receituário liberalizante. Depois da queda do Muro de Berlim, a onda espalhou-se e se instalou hegemonicamente mundo afora.
Agora, passado a onda, “o rei está nu”. Os impérios estão desmoronando-se junto com o modelo de economia. As grandes economias européias buscam alternativas independes dos Estados Unidos. Ou seja, com o vulcão em chamas, vale o velho ditado: “salve-se quem puder!”.
Foto dos representantes das delegações presentes no Seminário.
Pescadores e Pescadoras Artesanais dos municípios de: Petrolândia, Jatobá, Serrita, Parnamirim, Floresta, Itacuruba, Belém do São Francisco, Serra Talhada e Cabrobó, representando as regiões de Itaparica, Brígida, Moxotó e Pajeú – Bacia do São Francisco em Pernambuco, reunidos em Petrolândia com apoio da FASE/SAAP e do CPP/NE durante a realização do II Seminário da Pesca Artesanal do Lago de Itaparica, teve com lema: Sustentabilidade Ambiental e Organização Social. O Seminário ocorre no período de 26 a 28 de setembro de 2008 e reuniu mais de 150 pescadores e pescadoras artesanais.
O objetivo foi o de contribuir para o fortalecimento da articulação das Colônias de Pescadores da região e para a atuação democrática das comunidades pesqueiras no processo de gestão dos recursos pesqueiros de forma coletiva e democrática.
Durante os 03 dias de encontro refletimos sobre a Identidade Pesqueira Artesanal, Conquista dos Territórios Pesqueiros Tradicionais, Ordenamento da Pesca na Região do rio São Francisco e seus Afluentes, Recadastramento dos Pescadores / Pescadoras da Região, Transposição do rio São Francisco e os Impactos na Atividade Pesqueira Artesanal na região do Submédio São Francisco em Pernambuco.
Podemos citar como pontos altos das discussões: O processo de recadastramento dos pescadores iniciado pela Colônia de Pescadores Z – 23 de Petrolândia, que vêm servir de exemplo e estímulos para as demais colônias de pescadores da região, no processo de organização da categoria. O uso do Arpão na pescaria também foi ponto de debate durante a realização desse encontro, onde foi refletido pelos presentes que o uso desses apetrechos na pesca prejudica o desenvolvimento das demais artes de pesca, além de por em risco o equilíbrio das espécies caçadas.
Com a criação do CGPASF – Comitê Gestão da Pesca Artesanal na Bacia do rio São Francisco (Gerido pelo IBAMA), foi referendado pelos presentes o encaminhamento saído da reunião realizada em 03/09/2008 na cidade de Ibimirim que indicou os pescadores: Américo Gomes Silva, da Colônia de Pescadores Z – 27 de Belém do São Francisco e opescador José Joaquim da Silva, da Colônia de Pescadores Z – 29 de Floresta, para representar os pescadores e pescadoras da região no CGPASF. Os debates contribuíram para elevar o conhecimento dos pescadores e facilitar o fortalecimento da articulação entre as comunidades.
Enfim, lamentamos a ausência do representante da Superintendência do Ministério do Trabalho e Emprego de Pernambuco, como também da CHESF e INSS. Agradecemos a contribuição dispensada pelos demais, que contribuíram para a formação e democratização do conhecimento junto aos pescadores e pescadoras.
Petrolândia/PE, 28 de Setembro de 2008.
Colônia de Pescadores Z – 13 de Jatobá, Colônia de Pescadores Z – 23 de Petrolândia, Colônia de Pescadores Z – 26 de Itacuruba, Colônia de Pescadores Z – 27 de Belém do São Francisco, Colônia de PescadoresZ – 29 de Floresta, Colônia de Pescadores Z – 31 de Serrita, Colônia dos Pescadores Nossa Senhora Aparecida de Serra Talhada, Colônia dos Pescadores de Cabrobó, Pastoral dos Pescadores da Diocese de Floresta, PJ – Pastoral da Juventude do Município de Jatobá eCPP/NE – Conselho Pastoral dos Pescadores Nordeste.
Um círculo de pessoas, sentimentos, lutas e expectativas diversas. Dentro deste círculo, “ocupando” o mapa do rio São Francisco, livros, artesanato, fotografias, instrumentos musicais e produtos culturais que representam a luta em defesa do rio São Francisco e do seu povo.
Assim teve início o Encontro de Educadores e Comunicadores Populares da Bacia do São Francisco, realizado entre os dias 19 e 21 de setembro, no Centro Jesus Mediador, em Lauro de Freitas (Bahia).
Cerca de 60 militantes de movimentos sociais, ONG’s, rádios comunitárias, grupos de teatro e educadores populares das quatro regiões da Bacia do São Francisco (Alto, Médio, Sub-Médio e Baixo) trocaram experiências de educação e comunicação, com o objetivo da formação de uma Rede de Educomunicadores Populares.
A importância da Comunicação Popular como ferramenta estratégica nas lutas em torno do rio São Francisco, mobilizando comunidades e criando meios alternativos de comunicação, foi destacada durante o Encontro.
A construção coletiva foi um dos muitos pontos positivos do Encontro. Os participantes se dividiram em grupos responsáveis pelo andamento das atividades, não sobrecarregando a organização nas mãos de poucos: Relatoria e Registro; Animação; Mística; Limpeza dos espaços; Noite Cultural; além de uma Coordenação Geral, com um representante de cada região.
Debates sobre Comunicação como um direito humano, relação entre comunicação e movimentos sociais, conceitos e formação de redes foram importantes para a formação dos comunicadores populares. Durante o Encontro também foram realizadas oficinas coletivas, com dois objetivos: pensar e desenvolver meios de comunicação que possam ser utilizados pela Rede e formação de multiplicadores.
Na noite do dia 20, os participantes apresentaram os produtos: a oficina de vídeo produziu um documentário de cinco minutos sobre o rio São Francisco; o grupo de rádio fez um programa de quatro minutos sobre a importância da Rede para a luta pela revitalização do Velho Chico; um Jornal Mural com notícias e experiências de lutas foi o resultado da oficina de produção textual; e duas peças teatrais foram realizadas pelas oficinas de Educação Popular e Teatro de Rua.
Entre as ações da Rede está a criação de um sítio na internet, onde serão disponibilizados programas de rádios comunitárias, fotografias de manifestações, documentários sobre as questões de interesse dos trabalhadores e matérias sobre o andamento das lutas nas quatro regiões da Bacia do São Francisco.
O último dia do Encontro foi o momento de proposições para a criação da Rede e encaminhamentos finais. Após discussões em grupos, a Plenária definiu o nome da Rede: Rede de Educomunicadores Populares da Bacia do São Francisco, que está organizada em cinco frentes: rádio, on-line, teatro, audiovisual e educação popular.
Para dar continuidades aos trabalhos da Rede, Encontros Regionais serão realizados até o final do primeiro semestre de 2009, pois no segundo semestre acontecerá o 2° Encontro de Educomunicadores da Bacia do São Francisco, com o objetivo de avaliar esse primeiro ano de atividades e encaminhar outras tarefas na luta em defesa da terra, água e povo do rio São Francisco.
Entrega do Prêmio Pax Christi Internacional a D. Luiz Cappio e ao Povo do São Francisco e do Semi-Árido 5ª Romaria das Águas de Sobradinho Sobradinho, 16 a 19 de Outubro de 2008
Tema: ÁGUAS PARA A PAZ (cartaz)
Programação
Dia 16 (5ª f.) Sessão na Câmara Municipal - tema da romaria e do seminário - participante: povo de Sobradinho
Dia 17 (6ª f.) 1. Seminário “Revitalizar o Rio para a Vida em Paz” - participantes: 100 pessoas da região, representantes das organizações populares e movimentos sociais - local: Centro Comunitário Antonio Conselheiro - hora: 8h00 às 18h00 - 4 sub-temas tratados em mesas com explanações e debates: 1) Terra e território (responsável – CPT Regional) 2) Água e meio-ambiente (ASA) 3) Educação e cultura (IRPAA) 4) Produção e economia solidária (CooperCUC e SASOP) 2. Coletiva de Imprensa - local: Capela de São Francisco - hora: 13h30 3. Celebração Eucarística - lançamento do Dia Mundial de Jejum pela Paz e Soberania Alimentar - local: Capela de São Francisco - hora: 19h00 4. Noite Cultural - apresentações artísticas regionais e filmes sobre a luta do São Francisco, Conferência de Sobradinho, o Jejum... - local: Ginásio de Esportes (?) - hora: 20h30 - responsável: PJMP de Sobradinho e FACS – Fundação Arte e Cultura de Sobradinho
Dia 18 (sab) 1. Dia Mundial de Jejum pela Paz e Soberania Alimentar - local: Capela de São Francisco e mundo afora... - hora: 6h00 – 24h00 2. Celebração Inter-religiosa - local: a definir... - hora: 20h00 3. Caminhada - início: local da celebração inter-religiosa (21h30) - término: Porto (Chico Periquito) (24h00) - paradas: (4) com gestos simbólicos e falas de representantes dos premiados – pescadores, indígenas, geraiseiros, catingueiros (da Bacia do SF), 4 estados do Nordeste Setentrional e Salvador, alguém pelas personalidades...
Dia 19 (dom) 1. Entrega do Prêmio / Celebração de Encerramento - início: 00h00 - término: 01h00 - símbolos das caravanas - fala da Pax Christi - fala de D. Luiz - partilha do pão (marco do encerramento do Dia de Jejum) - despedida 2. Show - início: 01h30 - término: 03h00 - responsável: Gogó e Banda Fé e Axé
A relação entre os usos das águas e a paz é tema de romaria, caminhada, seminário, debates, manifestações culturais e dia mundial de jejum coletivo na entrega do Prêmio Pax Christi International.
Salvador - Entre os dias 16 e 19 de outubro, milhares de pessoas são esperadas em Sobradinho, norte da Bahia, durante a 5ª Romaria das Águas e entrega do Prêmio pela Paz da Pax Christi Internacional (2008 Pax Christi International Peace Award), ao bispo Dom Luiz Cappio e às organizações e movimentos sociais, povos e comunidades tradicionais, envolvidos na luta pela revitalização e contra o projeto de transposição das águas do rio São Francisco.
A programação inicia no dia 16, à noite, com uma sessão solene na Câmara Municipal. O Seminário Revitalizar o Rio para a Vida em Paz, abre a sexta-feira (17) com a participação de representantes das comunidades e organizações populares daquela região. As palestras e debates sobre modelo de desenvolvimento terão foco na revitalização popular, aquela a partir dos problemas dos ecossistemas e das necessidades reais e iniciativas das comunidades, como instrumento para uma cultura de paz. No mesmo dia, à noite, uma Celebração Eucarística na Capela de São Francisco deve relembrar os 24 dias de jejum de Dom Cappio, entre novembro e dezembro de 2007. Na ocasião será lançado o Dia Mundial de Jejum pela Paz e Soberania Alimentar.
Este dia de jejum acontecerá durante o sábado (18). O gesto chama a atenção para a tendência mundial em concentrar a produção agrícola em grandes empresas e com altas tecnologias, agora potencializadas pelos combustíveis de origem vegetal, em detrimento da produção alimentar e da agricultura camponesa, com graves riscos ambientais. Ao mesmo tempo questiona o modelo de consumo egoísta e alienado - um dos fatores responsáveis pelo escândalo da fome no mundo e pelo agravamento da crise ecológica. Encerrado o dia de jejum com a entrega do Prêmio Pax Christi, às margens do Rio São Francisco, ao pé da Barragem de Sobradinho, espera-se a adesão de centenas de grupos e milhares de pessoas em Sobradinho, em outras cidades, estados brasileiros e mundo afora.
No Brasil, em particular, toda a programação questiona os grandes projetos na Bacia do São Francisco, além da transposição, a expansão indiscriminada do agro e hidronegócios, agrocombustíveis, novos perímetros irrigados, mineração e siderurgia, barragens, usinas, ferrovias, minerodutos, etc. Bancados com incentivos e recursos públicos, minimizam não os impactos, mas as responsabilidades pública e privada com as graves conseqüências sociais e ambientais.
A entrega do prêmio começa com uma celebração inter-religiosa, ainda no sábado a noite, às 20h. Líderes católicos estarão juntos com pastores de várias igrejas cristãs, mães-de-santo e pajés indígenas. Um testemunho vivo da paz como fruto das relações de respeito e convivência harmoniosa entre diferentes mas iguais.
Ao término da celebração romeiros seguem em caminhada durante três horas, por cerca de quatro quilômetros. Ao longo do percurso, quatro paradas marcarão a vigília de todos pela paz, com depoimentos de representantes dos demais premiados além do bispo Dom Luiz Cappio.
A chegada às margens do rio São Francisco, deve acontecer no início da madrugada e será o momento final. Uma representante da Pax Christi Internacional estará no Brasil para fazer a entrega do prêmio a Dom Cappio e a representantes do povo, como expressão do reconhecimento e incentivo à continuidade da luta popular em defesa das águas, da terra e de toda a vida.
O prêmio
O Prêmio pela Pazé outorgado por Pax Christi Internacional, anualmente desde 1988, a homens e mulheres que defendem a paz e a não-violência em qualquer parte do mundo. Dom Cappio é o terceiro brasileiro a receber. O primeiro foi a sindicalista Margarida Alves, que recebeu postumamente, em 1988. O segundo foi o membro do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello, morto vítima de um atentado terrorista no Iraque.
Dom Luiz Flavio Cappio, bispo da diocese de Barra (BA), escolhido para receber o prêmio em 2008 convive há mais de 30 anos com as comunidades do São Francisco. Entre 1993 e 1994 fez uma peregrinação de um ano entre a nascente e a foz do rio, denunciando seu estado deplorável e animando as comunidades à luta em sua defesa. Em 2005 e 2007 fez dois jejuns pela revitalização e contra o projeto de transposição. A entrega será marcante também por acontecer no Brasil e pela primeira vez fora da sede européia da Pax Christi.
A Pax Christi Internacional
A Pax Christi Internacional foi fundada na França, em 1945, como um movimento de reconciliação entre franceses e alemães após a Segunda Guerra Mundial. Constitui-se em movimento católico e uma Rede pela Paz, Respeito aos Direitos Humanos, Justiça e Reconciliação em regiões devastadas por conflitos. Baseia-se na crença de que a paz é possível e que os círculos viciosos da violência e da injustiça podem ser quebrados. Hoje conta com mais de 100 Organizações-Membro e atua em mais de 50 paises dos cinco continentes. No Brasil seu representante é a Comissão Pastoral da Terra – CPT. A Pax Christi tem status consultivo junto à ONU, à Unesco e ao Conselho da Europa.
Os proponentes
A entidade que encabeçou a proposição de Dom Luiz Cappio para o prêmio foi o SERPAJ – Serviço Paz e Justiça. O líder dessa organização é o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, artista argentino que se notabilizou pela luta em defesa dos Direitos Humanos na Argentina e na América Latina. A ele se somaram mais de cento e cinqüenta (150) representantes de quase uma centena de movimentos e organizações sociais, reunidos na Conferência dos Povos do São Francisco e do Semi-Árido, entre os dias 25 e 27 de fevereiro de 2008, em Sobradinho.
Maiores informações:
Clarice Maia – Comunicação Articulação São Francisco Vivo: (71) 3328-4672 / 9236-9841
Ruben Siqueira – Comissão Pastoral da Terra (71) 3328-5750 / 9208-6548
Luciano Bernardi – Comissão Pastoral da Terra (71) 3328-4672
Cristiane Passos – Comunicação Comissão Pastoral da Terra: (62) 4008-6406
Paróquia de Sobradinho – 74.3538-2432/ P. João Sena – 9962-6845
Cerca de 50 Camponeses e camponesas dos Grupos de base MPA - Movimento dos Pequenos Agricultores ocuparam na manhã de hoje a Prefeitura Municipal de Cacimbinhas - AL. Os representantes de diversos grupos de base do MPA cobraram do Prefeito providencias referente aos problemas que as familias camponesas vem emfrentando em suas comunidades na area da Energia Eletrica, os pontos reivindicados foram os seguintes:Iluminação Publica, as familias pagam a taxas altas mas nos postes não tem nem uma lampada.
Manutenção da iluminação publica onde ja foi colocado lampadas, pois algumas receberam mas não tem manutenção.
Outro Problema vivenciado pelos camponeses são os transfordores com baixa potencia em horario de pique a partir das 6:00h da tarde as televisões, geladeiras e outros aparelhos não funcionam, casos em que os aparelhos queimaram.
Outro ponto reivindicado foi a implantação da tarifa social de consumo de energia no estado de Alagoas ja que outros mucipios ja estão se mobilizando. Durante a negociação o Prefeito se comprometue em resolver a questão da iluminação publica em 15 dais. Tambem se comprometeu a participar de uma audiencia na Sub-estação de da CEAL ( Companhia Energetica de Alagoas) para discutir a implantação da tarifa social e resolver os problemas dos transformadores. Ficou emcaminhado que o MPA fara um estudo e uma prosposta de taxa de iluminação publica para o municipio.
José Hélio MPA - Luta Camponesa, Soberania Alimentar e Poder Popular!
Nesta próxima sexta-feira será a Missa de sétimo dia da morte do Guerreiro MozeniTruká, que foi assassinado por crime de mando neste ultimo sábado dia 23/08 em Cabrobó. O Povo Truká está em luto. Não poderá cessar tamanha dor, mas, através dela, transformarão suas vozes em gritos ávidos de justiça e, ainda, da dor conseguirão transforma-la em LUTA. Nós poderemos somar à estas vozes.
A Missa e o ritual índigena será às 16:00 na Ilha de Assunção.
Contamos com o apoio de tantos que seguem em solidariedade ao Povo Truká e a sua luta.
“Morre o homem, mas não morrem os sonhos” (Neguinho Truká)
“A exemplo de Xicão Xukuru, o sangue das lideranças indígenas que escorrem fecundam a terra e faz nascer novas lideranças” (Zé de Santa – Vice-Cacique Xukuru)
Uma intensa tristeza se abate sobre todos os povos do Nordeste: foi brutalmente assassinado, no dia 23 de agosto de 2008 mais uma grande liderança indígena Truká: Mozeni Araújo. Este dia é mais um dia de sangue para o povo Truká. Mozeni Araújo foi abatido covardemente na cidade de Cabrobó por um pistoleiro, a crime de mando, em razão da luta histórica de seu povo pela efetivação de seus direitos. O assassinato é mais uma tentativa de fragilizar, fragmentar e desarticular o processo de organização dos povos indígenas. Mozeni exercia um papel primordial de ponderação, como facilitador, nos momentos de resolução de conflitos nas lutas enfrentadas e sua morte é resultado de uma ação premeditada, que busca silenciar a voz Truká.
Os Truká, no arquipélago de Assunção na cidade de Cabrobó, vêm se organizando há mais de 70 anos para retomarem seu território e concretizarem o sonho dos seus ancestrais. Esse processo de retomadas se inicia na década de 80 e se acelera na década de 90. A retomada realizada em 1999 é divisor de águas para demarcação e homologação em grande parte do território, e como conseqüência surge uma série de ameaças e violência contra os Truká. Além do embate com posseiros, o Povo representa forte resistência contra grandes projetos desenvolvimentistas, como a transposição do rio São Francisco, onde o território Truká encontra-se invadido pelo Exército brasileiro, e as barragens de Pedra Grande e Riacho Seco, que poderão trazer grandes impactos para a região (“Tudo isso é uma serpente. A cabeça tá nos nossos irmãos Truká e Tumbalalá; aqui, no Povo Anacé, está o rabo que é onde tá o pior veneno” - João, do povo Anacé, no Ceará, referindo-se à transposição).
É nesse contexto da resistência heróica às fortes pressões imprimidas contra esta comunidade que se inserem os motivos e interesses que envolvem o assassinato de Mozeni Araújo, assim como foi o brutal assassinato da liderança Truká Dena e de seu filho Jorge, com apenas 17 anos, no dia 30 de junho de 2005, estes assassinados por 4 policiais militares que estavam à paisana.Dena como Mozeni eram lideranças importantes nos períodos das retomadas de terra.
Quando não são assassinadas, as lideranças são vítimas de um sistemático processo de criminalização com o forte aval de segmentos do Estado brasileiro, principalmente, por instituições ligadas ao sistema de justiça. Os caminhos da criminalização e violência se estendem a outros povos indígenas no Nordeste e no Brasil, destacamos: Xukuru de Pesqueira, os Indígenas da Raposa Serra do Sol, os Guarani em Mato Grosso do Sul, os Cinta Larga em Rondônia e os Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe na Bahia.
“Nós que somos lideranças corremos este risco. Vivemos num País sem lei. Aqui se tira a vida de uma pessoa como se matam os passarinhos, principalmente em Pernambuco. É preciso que o mundo possa nos ajudar. Hoje se não bastasse matar nossas lideranças ainda tem o processo de criminalização. Vivo cercado de dois seguranças, sobretudo depois que sofri um atentado e morreram dois jovens que andavam comigo”. (Marquinhos Xukuru ao desabafar e lembrar de seu pai - Xicão Xukuru - que teve sua vida ceifada por pistoleiros).
Há quinhentos anos que os povos indígenas são violentados nas terras do Brasil. Escravizados, perseguidos e mortos, tiveram que silenciar por séculos suas identidades indígenas como estratégia de sobrevivência. É visível o nível de vulnerabilidade das lideranças indígenas, constantemente ameaçadas e mortas; a força do modelo político-econômico que violenta seus direitos; a impunidade sobre os crimes contra lideranças; a demora nos processos de demarcação e titulação-posse dos territórios indígenas, como é o caso dos Truká e dos Tumbalalá, aceleram ainda mais acontecimentos dessa natureza, apresentando-se como uma verdadeira estratégia de vulnerabilizar, desgastar e intimidar a luta dos povos indígenas.
“Hoje a gente sofre, com essa dor, mas tudo que Mozeni foi para o povo Truká, nós não vamos deixar cair. A história do povo Truká continua. Hoje tão matando o nosso povo, mas não vão conseguir. Como fez o seu avó Acilon Ciriaco, Mozeni deixou seus filhos, deixou seu povo e nós não vamos desistir não.” (Pretinha Truká).
MOZENI ARAÚJO era um homem de natureza terna e pacífica. Conhecido pela forma ponderada com que lidava com a intensidade dos conflitos iniciou muito jovem como liderança, construindo-se nas lutas pela retomada de seu território, em seguida, trabalhando como agente de saúde comunitário. Também era agricultor, logo cedo entrou na luta em defesa da terra, da água e do Povo Truká. Foi Vereador e atualmente era militante do PT e candidato a Vereador. Sua história não permite que os Truká se calem e sua passagem para o Reino dos Encantados nutre em seus herdeiros a força dos maracás.
Nós, diante deste crime repugnante, manifestamos nossa indignação e principalmente nossa solidariedade com a família de Mozeni Araújo e com o povo Truká. Exigimos as devidas investigações sobre os crimes cometidos e que os responsáveis respondam pelos seus atos. Exigimos que o Estado Brasileiro supere a violência neocolonizadora e venha garantir em sua integralidade os direitos fundamentais dos povos indígenas determinados nos tratados internacionais e legislação nacional.
Neste momento de dor, buscamos lembrar o que aprendemos com o povo Truká: seu grande espírito de luta!
NO REINO DE ASSUNÇÃO, REINA TRUKÁ!
ASSINAM ESTE DOCUMENTO:
APOINME, Articulação Popular do São Francisco, Articulação de Mulheres Trabalhadores da Pesca do Estado da Bahia, Articulação do Semi-Árido, MST, Movimento dos Pescadores da Bahia, MAB, MPA, NECTAS-UNEB, CPP, CPT, CIMI, AATR, IRPAA, AGENDHA, CENTRO MACAMBIRA, SINTAGRO, CONSEA – Petrolina, Centro de Cultua Luiz Freire, Plataforma DhESCA Brasil, EcoDebate, Câmara do Baixo do Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco, CENDHEC-PE; Observatório Negro; Justiça Global.
Diante da peça de marketing publicada no Estadão – Exército tira transposição do Rio São Francisco do papel – cabem alguns esclarecimentos para todos que se interessam sobre o assunto:
1. O Exército é responsável por apenas 3% da obra. Realizou 1/3 de sua tarefa. Portanto, todos podem calcular o que realmente já foi feito e o ritmo da obra. 2. A transposição, em cálculos modestos, já consumiu cerca de 600 milhões de reais em consultorias, projetos, assessorias, obras, etc. Esse dinheiro daria para ter feito 20% das adutoras previstas no Atlas do Nordeste. 3. Quanto à revitalização, o governo está realmente investindo em saneamento nas cidades ribeirinhas. Mas essa é uma bandeira da sociedade civil, embora não queiramos retirar os méritos de ninguém, sequer do governo. O governo assumiu a revitalização como moeda de troca da transposição. Nós vamos tentar organizar uma rede ao longo do Vale para monitorar o investimento, já que é da tradição dos prefeitos “comer” o dinheiro do saneamento sem que as obras sejam realizadas. 4. Queremos relembrar que o saneamento é peça importante da revitalização, mas isolada de uma estratégia não vai surtir efeito. O problema maior do São Francisco é o modelo predador implementado no Vale que prossegue com maior intensidade agora com a possível implantação de 510 mil hectares de cana irrigada para o Bahiabio, sem falar nas barragens e da própria transposição. 5. O governo está fazendo investimento em abastecimento de água num raio de 10 km em cada margem do São Francisco. É a resposta às nossas críticas. Basicamente cisternas e “serviços simples” de abastecimento para pequenas comunidades. Ironia, as cisternas que os defensores da transposição dizem não servir para outras regiões, são a solução do governo para as margens do próprio São Francisco. Cidades que precisam de adutoras no Vale do São Francisco não estão vendo suas obras encaminhadas. Uma delas é Campo Alegre de Lurdes, Bahia. 6. Nem o governo federal, nem os estaduais, estão considerando a previsão da Agência Nacional de Águas que até 2015 milhares de municípios de todos os Estados do Nordeste poderão entrar em colapso hídrico se certas obras – basicamente adutoras –, não começarem a ser feitas agora. Portanto, as opções de agora terão conseqüências terríveis em poucos anos. 7. O ministro Geddel utilizou o dinheiro do saneamento para “puxar” os prefeitos para seu partido. Vai ter implicação nas eleições estaduais na Bahia em 2010. 8. Os movimentos sociais não se calaram como diz a matéria do Estadão. Aqueles que concordam agora, já concordavam antes. Apenas temos nossas estratégias e voltaremos na hora adequada. 9. Para quem não sabe, Frei Luis recebeu o prêmio da Pax Christi Internacional como defensor dos direitos humanos e vai receber o prêmio em Sobradinho, na Romaria das Águas no dia 18 de Outubro. O prêmio é para fortificar a sua e nossa luta. 10. São Francisco vivo: terra e água, rio e povo.
Os projetos de usinas nucleares fazem parte da ampliação da matriz energética brasileira. O governo propõe a construção de usinas na região do semi-árido às margens do Rio São Francisco. Uma delas na região de Xingó na região do Baixo, com o pretexto de geração de emprego e crescimento econômico.
É preciso compreender melhor os riscos desta energia nuclear. É importante compreender como funciona a formação da energia nuclear: a rocha de urânio é um minério que extraído possuem componentes atômicos (prótons, elétrons e neutros) esses três componentes juntos possuem uma harmonia. Mas, para fazer a energia nuclear esses elementos são moídos, purificados e submetidos à reação química, ocorrendo uma desagregação dos elementos atômicos. Junto a esses três elementos são colocados outros elementos como o césio, por exemplo, que gera um calor, chamado de energia térmica. Esse calor, que é um combustível, vai para um reator que transforma a energia nuclear em energia térmica. Para tanto, esses reatores precisam de um fluxo de água intensa para fazer a refrigeração. A partir daí, ocorre o mesmo processo da usina hidrelétrica. O calor vaporiza a água e move a pá da turbina que acaba gerando a energia elétrica. Após três anos, 75% do urânio desaparecem e são substituídos pelos componentes que o destruíram gerando outro elemento químico altamente radiativo. A água que foi usada para resfriar os reatores volta aquecida ao rio e isso causará grandes impactos ao ecossistema.
Por ser uma energia cara, suja e perigosa, as termos nucleares, podem trazer risco e grandes catástrofes, com graves liberações de radioatividade. Desastres podem ocorrer, a exemplo de Chernobyl em 1996 causando milhares de mortes.
Os rejeitos nucleares é material contaminado de radioatividade. O lixo pode irradiar o que tiver ao seu redor. São de extrema gravidade para a saúde humana, animal e vegetal. A população que vive numa zona de usina nuclear está exposta a pequenas doses de radiação que provocam câncer, tumores, mutações, etc.
É em nome desse desenvolvimento gerando mais riquezas para as indústrias de energia elétrica, que o governo impõe esse tipo de projeto para o São Francisco, priorizando os aspectos econômicos do mercado de energia, em detrimento da segurança humana e do meio ambiente.
Conclusões da Reunião do Baixo São Francisco em 04 de Março de 2007. Piranhas/AL