quinta-feira, junho 19, 2008
Jornada Nacional de Luta mobilizou milhares de trabalhadoras/es do Campo e da Cidade em todo país
Nessa Jornada, construída a partir da negação ao atual modelo político, econômico, social e cultural vigente, onde a vida se constitui em apenas mais uma fonte de lucro, diversas atividades foram desenvolvidas sob os pilares da construção de uma sociedade mais justa, solidária e igualitária, com soberania dos povos e equidade nas relações de gênero.
A Via Campesina e trabalhadores urbanos da Assembléia Popular realizaram protestos para denunciar os problemas causados pela atuação das grandes empresas no país, especialmente as estrangeiras, que são beneficiadas pelo modelo do agronegócio e pela política econômica neoliberal.
O modelo econômico baseado no capital financeiro e no oligopólio de empresas transnacionais, principalmente do setor do agronegócio e da energia, sacrifica a renda da população com o aumento do preço dos alimentos e da conta de luz. Para isso, se apropria da terra, das águas, dos minerais e da biodiversidade, privatizando o que é de todos. Aumenta a exploração dos trabalhadores, precariza e retira os direitos trabalhistas, aumenta o desemprego, a pobreza e a violência.
Dessa forma, promove a concentração da riqueza nas mãos dos mais ricos, especialmente dos banqueiros e das transnacionais, enquanto aumenta a desigualdade e a pobreza da população. Combater essa lógica opressora e destrutiva é necessário e urgente.
Por isso, nessa Jornada, a Via Campesina e os Movimentos Urbanos denunciam os interesses das empresas transnacionais em aliança com os latifundiários; o monocultivo em grandes extensões de terras, que destroem a biodiversidade, produzem poluição ambiental, geram desemprego e promovem a desagregação social das comunidades camponesas, indígenas e quilombolas; a produção de etanol para exportação, promovendo a ampliação do plantio do monocultivo da cana-de-açúcar; o uso das sementes transgênicas, que destroem a biodiversidade e eliminam as nossas sementes nativas; o desmatamento dos nossos biomas, de modo especial da floresta amazônica e do cerrado, e a destruição dos babaçuais, através da expansão da pecuária, soja, eucalipto e cana, juntamente como a exportação de madeiras e minérios.
A partir desta compreensão, mulheres, homens e crianças foram às ruas para denunciar, mas também dizer que querem e propõe um outro modelo de desenvolvimento para o povo, com um projeto de agricultura camponesa baseada na produção de alimentos saudáveis e na soberania popular.
Abaixo, descrevemos as atividades que aconteceram nos estados do Brasil durante esta semana de luta do povo brasileiro. Em alguns deles, com forte repressão policial. Como exemplo, o estado do Rio Grande do Sul e de São Paulo.
Produzir alimentos saudáveis, cuidar da vida e da natureza!
Rio Grande do SulForam realizadas atividades em diversos locais. Em Vacaria, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Aratiba, Porto Alegre, Rosário do Sul, Erval do Sul, Piratini e Santa Cruz. Duas destas atividades foram fortemente reprimidas pela Brigada Militar.
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CearáOs trabalhadores protestam contra a alta dos preços dos alimentos, transposição do Rio São Francisco e instalação de uma refinaria da Petrobrás, que será construída em cima da bacia hidrográfica e o consumo de água será equivalente a uma cidade de 30 mil habitantes.
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Minas GeraisAs atividades denunciaram os crimes ambientais e sociais que as empresas mineradoras vêm trazendo ao estado, dentre elas principalmente a Companhia Vale. .
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ParanáOs/as trabalhadores/as rurais cobram do governo federal a reestatização da empresa Ultrafértil/Fosfértil, privatizada há 15 anos, a quebra do controle das transnacionais sobre os alimentos e fertilizantes e uma política eficaz de financiamentos para os camponeses e a agricultura familiar................................................................................................... Leia mais
GoiásAgricultores/as da Via Campesina, trabalhadores/as de bairros organizados em sindicatos e na Assembléia Popular fizeram protestos em três pontos no estado................................................................................................... Leia mais
PernambucoCerca de 200 trabalhadores/as rurais da Via Campesina ocuparam a Estação Experimental de Cana-de-Açúcar (EECAC), no município de Carpina, Zona da Mata Norte de Pernambuco, em protesto contra o avanço da monocultura de cana-de-açúcar na região, que contribui para a elevação da crise dos alimentos no país. Durante a ocupação, os agricultores destruíram mudas de variedades de cana, inclusive espécies transgênicas, e cortaram cerca de dois dos 100 hectares de cana-de-açúcar plantadas na Estação................................................................................................... Leia mais
BrasíliaUma comissão de representantes dos movimentos da Via Campesina participou de reunião com o chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Gilberto Carvalho. A Via Campesina apresentou o documento "Programas Estruturantes de Curto Prazo", com propostas para a agricultura brasileira superar a crise do preço dos alimentos................................................................................................... Leia mais
Rio de JaneiroCerca de 500 trabalhadores/as rurais da Via Campesina e de diversas organizações populares da Assembléia Popular realizaram um ato na frente da sede nacional da Vale, no centro do Rio de Janeiro, para denunciar os impactos sociais negativos causados pela atuação da mineradora nos estados de Minas Gerais, Pará, Maranhão e Rio de Janeiro.
RondôniaA mobilização visou denunciar o desmatamento da Amazônia, a ocupação ilegal de enormes extensões de terra para plantação de soja e protesta contra a construção das usinas do Complexo Madeira. Em Ouro Preto, 200 pessoas fizeram uma mobilização por redução no preço da energia................................................................................................... Leia mais
TocantisAlém de denunciar o corte ilegal da floresta amazônica e do cerrado para grandes extensões de lavoura, os/as manifestantes reivindicaram o cumprimento dos acordos feitos entre eles/as e a empresa Vale, construtora de uma ferrovia na região................................................................................................... Leia mais
Espírito SantoA mobilização aconteceu no município de Montanha, onde será instalada uma nova usina, pertencente à empresa estrangeira Infinity Bio-Energy, companhia criada em 2006 e sediada na Ilha das Bermudas, e que já comprou todas as usinas de cana do norte do ES................................................................................................... Leia mais
São PauloTrabalhadores/as da Via Campesina ocuparam uma fazenda no município de Mirante do Paranapanema, da Organização Odebrecht, que está construindo a usina Conquista do Pontal para a produção de etanol. Também, na cidade de São Paulo, cerca de 600 trabalhadores/as rurais da Via Campesina e integrantes da Assembléia Popular ocuparam prédio da Votorantim e CPFL para denunciar os impactos ambientais da construção da barragem de Tijuco Alto, no Rio Ribeira de Iguape, que corta os estados de São Paulo e Paraná. O protesto também denuncia os altos preços da energia elétrica................................................................................................... Leia mais
ParaíbaMais de 200 trabalhadores/as rurais da Via Campesina ocuparam o latifúndio Nossa Senhora de Lourdes, localizado a 5 km da cidade de Mari, que possui 1.100 hectares com a monocultura da cana. A propriedade de Carlos Ribeiro Coutinho foi arrendada para a Usina Jacungu................................................................................................... Leia mais
BahiaOs trabalhadores e trabalhadoras denunciam que os grandes projetos de irrigação beneficiam apenas os latifundiários do agronegócio, especialmente o projeto de transposição do Rio São Francisco, o Pontal Sul, em Petrolina, e o Projeto Salitre, na cidade vizinha de Juazeiro, na Bahia................................................................................................... Leia mais
AlagoasOs manifestantes protestaram contra a transposição do Rio São Francisco, construção das novas barragens e a baixa vazão do rio, que causa fortes impactos na Foz do Rio São Francisco. Também denunciaram que a transposição e as novas barragens beneficiam apenas os latifundiários do agronegócio................................................................................................... Leia mais
Santa CatarinaForam realizadas mobilizações em duas regiões do Estado. Cerca de 700 trabalhadores estiveram em frente à Klabin, empresa de papel e celulose, que detém 160 mil hectares de pinho e eucalipto no estado. Além disso, os/as manifestantes distribuíram 500 mudas de árvores nativas e 15 toneladas em cestas de alimentos para a população da cidade de Otacílio Costa. No município de Maravilha, 1.200 trabalhadores/as fizeram protestos contra a Aurora, que representa o modelo de produção do agronegócio................................................................................................... Leia mais
Mato GrossoOs/as agricultores/as fizeram debates com a população local, em escolas e nas rádios locais, denunciando os graves problemas sociais e ambientais que o Grupo Camargo Corrêa causa na região. O grupo, que detém 52% das terras da região, é responsável pela obras do Complexo Rio Madeira................................................................................................... Leia mais
segunda-feira, junho 16, 2008
quarta-feira, junho 11, 2008
Trabalhadores ocupam duas hidrelétricas por mais de sete horas

Em Xingó são cerca de 1500 pessoas dos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Bahia. Com o lema "Queremos produzir alimento contra o agronegócio e em defesa da agricultura camponesa". A mobilização teve início por volta das 09h e seguiu durante toda a tarde. Eles chegaram a resistir a ação de um grupamento da Policia Militar de Sergipe, com cerca de 60 homens, permaneceram na Casa de Força da Hidrelétrica e começam a sair, após longo processo de negociação.
O grupo denunciou os prejuízos causados pela obras do projeto de transposição, além da ofensiva do governo federal para construção de novas barragens e a baixa vazão do rio na foz, que tem causado a diminuição de espécies nativas e a crescente miséria.
Em Sobradinho a ação iniciou por volta das 06h com aproximadamente 700 pessoas. Os camponeses não encontraram resistência na entrada e ocuparam área de acesso a sala de controle da Usina. Policiais militares e federais tiveram no local a fim de negociar uma possível retirada dos manifestantes e fontes, não oficiais, ainda afirmaram que um grupamento da infantaria, do batalhão do exército em Petrolina (PE), estaria a caminho da área.
Todavia, a saída do local foi decidida em assembléia geral, por volta das 13h. “Entendemos que cumprimos nosso objetivo de denunciar esses projetos e essa é apenas uma das ações que estão acontecendo em todo o país”, disse Cícero Félix, da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
As duas Usinas foram construídas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Sobradinho tem 30 anos e é chamado de “coração artificial do São Francisco”, com um dos maiores lagos artificiais do mundo. É a primeira vez que uma ação do tipo acontece no local. Xingó é mais nova, tem cerca de 12 anos
Nas duas ocupações os manifestantes defendem a convivência com o semi-árido , revitalização do rio – considerando as comunidades que historicamente tem sobrevivido em toda a bacia e as suas necessidades reais, regularização fundiária e a paralisação das grandes obras, como a construção de novas barragens e o projeto de transposição.
Na Bacia do São Francisco as ações são articuladas pelos movimentos que fazem parte da Via Campesina junto com outros movimentos, organizações sociais, povos e comunidades tradicionais que formam a Articulação Popular São Francisco Vivo.
Mais informações:
Sobradinho
Cícero Félix (CPT): (74) 91984001
Jailson Santos Sena: (74)
Xingó
Alzení Tomáz (CPP NE): (75) 9136 1022
José Hélio (MPA NE): (82) 9950 0227
Beto (MST AL): (82) 9999 4846
Luciano (MST AL): (82) 9915 3134
segunda-feira, maio 26, 2008
Conquista do Povo Camponês
RELATORIO DA REUNIÃO NA COMUNIDADE BOM JARDIM POÇO REDONDO
Data: 08/05/2008
Participantes:
Mães e Pais de alunos de 1° a 4° serie
Gilvaneide, Rosalvo, Inês e Izabel – Coordenação Estadual do MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores.
Roberto Araújo – MST
Prefeita Iziane
Secretario de Educação Zé de Lídia
A reunião aconteceu na Escola municipal da Comunidade Bom Jardim, e teve inicio às 3 horas da tarde onde as Mães e Pais colocaram suas reivindicações para Prefeita Iziane. Dois pontos foram destacados: Abertura da Escola e Infra-estrutura da Escola.
Relato das famílias:
A escola foi fechada no 2° semestre de 2007, alegou-se na época que a infra-estrutura do Colégio Dom Jose Brandão de Castro tinha melhor estrutura, para onde as crianças foram deslocadas;
Algumas Mães e Pais ainda tentaram se organizar para reabrir a escola, porém não tiveram apoio de todos;
A coordenadora do Grupo de Base do MPA do Bom Jardim (Baixinha) convidou a Direção do Movimento para uma reunião com as famílias que aconteceu no mês de setembro 2007;
Que no Bom Jardim tem 23 estudantes de 1° a 4° serie.
Relatos desta reunião:
- algumas Mães não queria lutar pela reabertura da Escola, compreendia que para as crianças seria melhor estudar no Colégio Agrícola, pois tinha merenda (iogurte).
- algumas Mães e Pais disseram que as condições do transporte escolar eram péssimas e temia pela segurança dos filhos e filhas.
- tirou-se duas pessoas da comunidade para conversar com a secretaria de educação e a prefeita, que não avançou.
- também existia a problemática das crianças menores de 5 anos que ficaram sem poder ir pra escola.
Nestas reuniões com o MPA sempre foi colocado à necessidade da reabertura da escola, pois esta é um patrimônio da comunidade, onde se realiza: festas, missas, encontros, reuniões e principalmente pelo fato de que o Estatuto da Criança e do Adolescente e as Leis de Diretrizes Básicas garantem educar crianças menores de 16 anos no seio de sua família. E para que estas Leis fossem garantidas somente com Organização e União da Comunidade.
Uma segunda reunião aconteceu no mês de abril, com a presença de Rosalvo Coordenador Estadual do MPA em Poço Redondo, onde se encaminhou:
- reunião com a prefeita Iziane;
Na reunião com a prefeita Iziane discutiu-se e encaminharam-se as seguintes questões que foi assumido pela prefeita Iziane:
Abertura da escola no mês de Maio, proposta de até o dia 15/05;
Solicitação de:
- 15 cadeiras
- 1 bebedor
- 1 fogão
- panelas, pratos, copos, colheres.
- 1 tampa pra caixa d’água ou uma caixa nova
- uma sala de pré-escolar, (Roberto Araújo, candidato a prefeito de Poço Redondo prometeu e garantiu as famílias, caso eleito abrirá o pré-escolar na comunidade)
- que a professora não fosse Leleda, mas outro Profissional;
- que caso a professora Leleda (que tem a portaria do município) não aceitasse voltar pra o Bom Jardim, outra pessoa fosse deslocada pra essa comunidade. Detalhe: Existe um problema entre a Prof. Leleda e alguns Pais e Mães.
- o MPA vai acompanhar o processo de reabertura da escola, que seja sem conflito e transtornos pra ambas as partes (Estudantes, Mães e Pais e Professores).
Representantes da Comunidade para acompanhar os encaminhamentos tirados e negociar com o poder publico municipal:
- Maria José (Baixinha)
- Maria Aparecida
- Adriano
- Aparecida
- Gilvaneide e Izabel - MPA
É importante afirmar, a Luta pela Reabertura da Escola é da Comunidade de Bom Jardim, fatores políticos partidários não influenciaram e nem influência na decisão e vontade do povo da comunidade. Esta é uma luta pela Educação Camponesa, que se respeite à cultura e a realidade do povo. A educação de cima para baixo não nos serve, queremos ser parte, e parte ativa nas tomadas de decisões, construir junto, queremos ser protagonistas de nossa própria historia.
EDUCAÇÃO CAMPONESA É CAMPONÊS EDUCANDO CAMPONÊS
domingo, maio 04, 2008
O que é um resort e o que trás de bom para o povo de Brejo Grande?

O que é um Resort ou hotel de lazer? é um lugar de luxo usado para relaxamento ou recreação, situado fora do centro urbano com áreas edificadas, voltados especialmente para atividades de lazer e entretenimento do hospede.
A quem beneficia? Somente os donos do hotel lucram com o empreendimento. A construtora NORCON (obra normalmente financiada com dinheiro público), deseja possuir todas essas terras de beira rio perto da Foz do Rio São Francisco para lucrar muito dinheiro. Para isso, eles querem retirar as comunidades deste local, pois os resorts precisam fazer a “limpeza visual” no caminho de acesso dos hospedes de luxo. Eles tiram não somente os pobres de suas casas, mas, o que eles consideram feio. Daí comunidades como Resina, Saramém e Brejao dos Negros são ameaçados de serem retirados deste local.
São Francisco Vivo: Terra, Água, Rio e Povo!!
Articulação Popular em defesa do Rio São Francisco
1º de Maio, caminhada silenciosa marca protesto na Foz


O silencio marcou o trecho. As pessoas perceberam que não tinha um carro de som, que não tinha alardes. As pessoas caminhavam de cabeça erguida num silencio inquieto, ensurdecedor, confrontando-se com o interlocutor imaginário e lutando com sua própria indignação. Era como um murmúrio de uma brisa suave, que soava com pés firmes na paisagem de miséria e desalento que as ruas periféricas de Brejo Grande apresentam: insalubridade e miséria.

Concentrados na praça principal da cidade, como um trovão, as vozes antes silenciosas, ecoavam, desmascarando o medo que o povo desta região é submetido. Ameaçados de serem expulsos de seus territórios tradicionais, comunidade como a Resina e Saramém, povos herdeiros desse território, agora são ameaçados de perderem seu território para dar lugar à empresa NORCON construtora, que deseja edificar um hotel de luxo nesta região.
Com a conivência do Estado e conluiado com latifundiários da região e políticos, a NORCON não perde tempo e tenta persuadir a população local para se retirarem do local, oferecendo-lhes propina. Uma ação no Ministério Publico Federal e procedimentos no INCRA requer do Estado o direito de propriedade das famílias tradicionais que vivem neste local.

terça-feira, abril 29, 2008
Conferência contra a transposição reúne Dom Cappio e povos do São Francisco


A Conferência reuniu diversas entidades populares, pastorais, igrejas, movimentos sociais, ongs, estudantes, educadores, universidades e comunidades tradicionais das regiões do Sertão da Bahia, Alagoas e Pernambuco. Um momento importante na plenária foi a fila do povo, onde muitos dos participantes tiveram livre a oportunidade de denunciar os problemas que afetam o São Francisco nesta região de beira rio-caatinga.

As principais dificuldades apresentadas apontaram para um rio condenado. Os participantes denunciaram que o modelo de desenvolvimento implantado vem trazendo impactos que compromete a vida do rio. A exemplo das grandes barragens que até hoje trás conseqüências irreparáveis: a perda dos territórios, perda da identidade, falta de cheias que não permite mais a manutenção da biodiversidade e principalmente a manutenção do pesca artesanal nesta região. A irrigação intensiva degrada o meio ambiente, polui e envenenam as águas e os alimentos. A piscicultura, longe de ser uma alternativa de emprego e renda como é pregada, ela intensiva, vem poluindo as águas, obrigando muitos a perderem as terras de beira rio, além de trazer ameaças contra os pescadores artesanais. A falta de uma reforma agrária efetiva e a falta de demarcação dos territórios indígenas, quilombolas e pesqueiras foram alguns dos problemas mais discutidos pelos participantes.
A questão da transposição levou mais tempo de discussão na conferencia. Dom Luiz, fez um histórico de sua trajetória são franciscana e apresentou as principais razões que o coloca contra o projeto de transposição, o que significa esta obra para o rio e o povo do semi-árido e as conseqüências desta para o rio já em estado de calamidade.
Sua fala apontou para uma obra imposta e militarizada, que envolve falsas promessas de que “vão levar água pra quem tem sede e que trará prosperidade, emprego e renda”. A verdade, disse dom Cappio, “é que a transposição aprofunda a indústria da seca, é uma obra injusta e enganosa. O governo já admite que a transposição tem a finalidade principal de levar água para os grande projetos de irrigação e industria, que produzirão para o agronegócio de exportação. A água não beneficiará quem realmente necessita dela, como as populações difusas – espalhadas nas caatingas, essas nunca sentirão o gosto dessa água. Mas, são as populações que pagaram o preço dessa água que chegará muito cara”. As obras da transposição custarão cerca de 6,6 bilhões de reais até 2010.

O que se propõe no lugar da transposição é a democratização do acesso a água que deve ser uma política pública prioritária, em todo o Semi-árido. Propõe-se uma revitalização verdadeira com um amplo e coordenado programa exaustivamente discutido com a sociedade e a ciência e submetido a rigoroso controle social. É a Convivência com o Semi-árido como fundamento de desenvolvimento e com acesso a terra e a água, além das inúmeras tecnologias apropriada para o semi-árido, que trará mais eficiência, menos custos e mais justiça para o povo do Rio São Francisco e o povo do semi-árido brasileiro.
A Conferência apontou para a continuação das lutas contra a transposição e a ampliação desta discussão na sociedade.
Pelo Fórum de Articulação Popular em Defesa do Rio São Francisco.
Alzení Tomáz – Conselho Pastoral dos Pescadores e Articuladora do Fórum.
sábado, abril 05, 2008
CONFERÊNCIA COM DOM LUIZ CAPPIO E OS POVOS DO SÃO FRANCISCO

C O N V I T E
Lutadores e Lutadoras do Rio São Francisco e do Semi-árido,
Na continuidade das lutas em defesa do Rio São Francisco e do Semi-árido brasileiro contra a transposição, convidamos todas as comunidades, movimentos sociais, organizações populares, pastorais e igrejas, povos tradicionais, ongs, universidades e todos e todas que defendem a vida, à participar da Conferência com Dom Luiz Cappio e os Povos do São Francisco para discutir sobre os Impactos da Transposição nas nossas Vidas. Será no dia 26 de Abril de 2008, das 8:00 às 17:00, em Paulo Afonso – BA.
PROGRAMAÇÃO:
8:00 – Abertura – Acolhida, apresentação dos objetivos e da pauta
- Apresentação Grupo teatral – APDT
9:00 – Memória das Lutas do São Francisco e apresentação do projeto de transposição
- Apresentação do Vídeo: “Gesto de Sobradinho”
10:00 – Fila do Povo: falas e depoimentos, denuncias e proposições dos Povos Indígenas, quilombolas, Pescadores Artesanais, Fundo de Pasto, Atingidos por Barragens, etc: Impactos da Transposição em nossas vidas.
11:30 – Expressões artísticas da terra e da água
12:00 – Partilha do Almoço.
13:30 – Frei Luiz: Um Dom da Natureza – Memórias Afetivas do Seu Jejum em Sobradinho (Lançamento do Livro – Juracy Marques)
14:00 – Conferência com Dom Luiz Cappio: Impactos da Transposição em nossas vidas.
- Debate e esclarecimentos
16:00 – Ato Público de Encerramento – Encaminhamentos dos Compromissos da Conferência de Paulo Afonso e mística final.
Obs.:
. Cada caravana traga comidas típicas para partilhar no almoço dos povos
. Trazer símbolos que caracterize sua região e suas lutas para os momentos de mística e ornamentação.
São Francisco Vivo: Terra, Água, Rio e Povo!!
Contatos:
P/ Fórum de Articulação Popular em Defesa do Rio São Francisco
Alzení Tomáz – 75 9136 1022
Celina Santana – 82 9999 0320
Pedro João – 87 9617 6694
Juracy Marques – 75. 8111 9914/3282-0622
quinta-feira, abril 03, 2008
Dia da mentira do governo e da verdade do povo em outras partes do País
As manifestações possuem como eixo central as mentiras divulgadas pelo governo Lula sobre o projeto de transposição de águas do rio São Francisco. Todavia estão sendo utilizadas nas mobilizações as mentiras que atingem diretamente as categorias de trabalhadores, tais como as reformas da previdência e universitárias. São coordenadas por organizações populares, povos e comunidades tradicionais.
A mobilização em São Paulo (SP) teve inicio ainda pela manhã quando o bispo Luis Flávio Cappio visitou uma ocupação com cerca de 600 famílias, ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Ainda no início do dia os metalúrgicos de São José dos Campos fizeram uma hora de paralisação.
Logo mais, a tarde, haverá coletiva de imprensa, às 17h, e ato público, às 19h. Entre os participantes a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), Fábio Comparato e manifestantes ligados aos movimentos sociais.
Ceará
Hoje pela manhã mais de dois mil trabalhadores do setor da construção civil pararam as atividades por cerca de uma hora, em Fortaleza, e ainda houve paralisação em um terminal de ônibus. Segundo informações das coordenações dos atos, o tema central é o projeto de transposição de águas do Rio São Francisco e junto com ele são colocados outros projetos que estão na mesma linha.
Bahia
No início da manhã, mais de 500 manifestantes ligados às organizações populares, comunidades tradicionais e paróquias dos municípios de Casa Nova, Remanso, Juazeiro, Sobradinho, Bonfim, Pilão arcado e Campo Alegre de Lurdes, na Bahia, além de Petrolina (PE), montaram acampamento em frente à prefeitura de Casa Nova e ocuparam a sede da prefeitura.
O local foi escolhido por conta dos graves conflitos agrários envolvendo posseiros de uma área com cerca de 30 mil hectares e empresários que tentam grilar as terras ocupadas há mais de 100 anos. Os trabalhadores Fundos de Pasto dizem que a mobilização é “pra ver se nós conseguimos voltar para nossa área com segurança e dignidade”, diz Geová Almeida da Silva, 36.
Desde o início do mês de março, mais de 300 famílias enfrentam a ação violenta de seguranças armados e funcionários dos empresários que chegaram a destruir casas, roçados, pastagens de pequenos animais e trabalho com a apicultura. A ocupação não tem prazo para terminar. As atividades, no estado, tiveram início ontem com uma caminhada e panfletagem pelas ruas do município de Guanambi. Durante a tarde estão previstas panfletagens e reuniões em Serra do Ramalho e na região de Barra.
Em Salvador, a concentração acontece, nesse momento, na Praça da Piedade, onde haverá os lançamentos do relatório de Direitos Humanos e do filme “Além do jejum”, no final da tarde acontece um grande ato público.
Minas Gerais
A ponte que liga os município de Pirapora e Buritizeiro, em Minas Gerais, também foi fechada por manifestantes. A interdição durou cerca de três horas, com pelo menos 400 pessoas de Belo Horizonte, Montes Claros, Três Marias, Buritizeiro, Pirapora e Jequitaí. Em seguida houve uma passeata pelas ruas da cidade e durante a tarde acontece uma reunião na praça para troca de experiências, inclusive com uma brigada que luta por moradia na capital mineira.
Em Belo Horizonte as atividades acontecem durante a tarde na Praça Sete, onde está prevista a realização de um ato público.
Pernambuco
Em Recife o ato envolve professores universitários, trabalhadores dos correios – que entraram em greve hoje, anistiados políticos e os movimentos sociais. Eles se reúnem a partir das 15h na Praça Maciel Pinheiro.
Maranhão
Na capital maranhense a mobilização acontece no período da tarde, na Praça Deodoro.


Sergipe/Alagoas
Durante pouco mais de duas horas, centenas de manifestantes interditaram a ponte que liga os municípios de Propriá (SE) e Pôrto Real do Colégio (AL), no baixo São Francisco. Ligados à organizações populares e comunidades tradicionais dos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Bahia, foram recebidos pela Polícia Federal, que tentou conter a ação, mesmo assim chegou a se formar um engarrafamento com mais de 10 quilômetros.
Contatos
Salvador (BA) – Zoraide Vilasboas (Comunicação): (71) 99984503
Salvador (BA) – Raquel Salam (Comunicação): (71) 91416293
São Paulo (SP) – André Luis Valuche: (11) 31077984/ 84192696
Recife (PE) – Rafael: (81) 87418238
Belo Horizonte (MG) – Frei Gilvander: (31) 91627970
São Luis (MA) – Uélbson (98) 88415243
Alto São Francisco (Pirapora) – Alexandre Gonçalves: (38) 91933693
Médio São Francisco (Guanambi e outras) – Samuel Britto (77) 91363080
Submédio São Francisco (Casa Nova) – Cícero Félix: (74) 91984001
Submédio São Francisco (Casa Nova) – Marina Braga: (74) 91358689
Submédio São Francisco (Casa Nova) – Maria Oberhofer: (74) 91156977
Baixo São Francisco (Própria) – Alzení Thomaz: (75) 91361022
Comunicação – Clarice Maia: (71) 92369841
Empresa NORCON Continua Ameaças contra Comunidade Pesqueira
Agora é a vez da NORCON, empresa de construção civil que pretende construir um grande resort nesta região (grande hotel). Aliados aos latifundiários, a empresa ameaça as comunidades de expulsão e obriga pescadores a venderem coqueiros. A investida é uma forma de manter os moradores calados quanto a resistência no local. “Caso eles não vendam os coqueiros e se retirem deste lugar nós vamos vender esse local pra outra empresa que poderá ser pior do que nós”. Ameaçou um dos acionistas da empresa avisando aos moradores.
Os moradores da Resina descreveram: ”quando eles chegam é de helicóptero e com ar de superioridade como se fossem donos de nosso lugar, disseram que “lá vai ser meu campo de golfe”, disse um dos donos esnobando poder, se referindo ao lugar onde estão nossas casas”.
A Comunidade Resina possui cerca de 42 famílias pescadoras e pescadoras artesanais que tira do rio o seu sustento. A comunidade vive da pesca e de pequenas roças. No INCRA e na justiça tramita ação para garantir o uso e a regulação das terras públicas em favor da Comunidade.
Noticias do Baixo
Os protestos fizeram parte da luta da sociedade contra as mentiras do governo quanto ao projeto de transposição. No inicio da concentração a Policia Federal chegou com mandato de interdito proibitório, assinada pelo poder judiciário federal de Sergipe, impedindo que a manifestação ocorresse na ponte ou em qualquer trecho da estrada de Propriá, sob pena de pagar multa de mil reais, cada manifestante. Ninguém assinou o mandato e a polícia saiu sem maiores incidentes.

A principal mentira do governo é dizer que “a água é para matar a sede dos sertanejos”. A verdade é que a água é para o uso político e econômico do agronegócio e das forças políticas conservadoras da indústria da seca que sempre reinaram no semi-árido brasileiro.
Os protestos denunciaram os principais descasos e tornaram publica a situação de degradação da região do baixo São Francisco. O rio se encontra hoje com 1.100m3/s, vazão que inviabiliza a reprodução da vida aquática no Rio, os pequenos irrigantes estão em situação de colapso e as cidades a exemplo de Arapiraca está com todo seu abastecimento de água comprometido, muitos bairros estão sendo abastecidos com carro pipa. Mesmo com as fortes chuvas, o rio desce com água sujas, arrastando encostas e muita areia. Mas, ainda na altura da ponte de Propriá é possível enxergar as crostas de áreas no meio do Rio largo e assoreado. Na comunidade Resina no município de Brejo Grande as famílias estão bebendo água com forte salina por causa do avanço do mar.

O povo do São Francisco sofre as mazelas oriundas da violenta degradação do Rio e clama por justiça para que outras intervenções não ocorram em sua bacia. As obras da transposição condenarão por vez a vida do São Francisco. Transposição, quem tem sede não se engana e não se ilude com as mentiras do governo. A verdade do Povo contra a mentira dos poderosos deverá vencer.

Para piorar é muito comum os criadores utilizarem antibiótico na ração dos bichos para aumentar o tamanho. No entanto, o uso de antibióticos em animais de criação em confinamento é polemico em varias partes do mundo, no Brasil, não existe uma legislação que regulamente o uso de antibióticos que podem provocar resistências bacterianas originadas pelo uso de antibióticos que deixam bactérias resistentes nos animais. Essas bactérias chamadas de estéricas são transmissíveis dos animais para as pessoas.
Sem nenhuma fiscalização é comum produtores utilizarem o uso de antibióticos de forma oculta. “Agente não pode dizer que usa antibiótico, tem que colocar na ração escondido porque não podem, eles dizem que é pra curar as doenças dos peixes, eles ficam com muita ferida no corpo, mas, se fosse uma coisa boa, precisava ser escondido?” disse um trabalhador dos tanques rede que não quis ser identificado com medo de represarias.
A criação de tilapia em tanque rede vem trazendo profundos impactos ambientais e culturais nesta região do Lago de Itaparica. Porém, é preciso discutir a criação de tilapia intensiva na bacia do São Francisco, não só nos riscos culturais e ambientais, mas, sobretudo como uma questão de saúde pública.
quinta-feira, março 27, 2008
Território tradicionalmente Pesqueiro Ameaçado na Foz do São Francisco



Presidência da República
GRPU – Gerencia Regional do Patrimônio da União - SE
INCRA Regional Sergipe
IBAMA
MINISTERIO PUBLICO FEDERAL
MINISTERIO PÚBLICO DO SÃO FRANCISCO
OAB SERGIPE
segunda-feira, março 24, 2008
1º de Abril
Transposição, Quem tem sede não se engana!
O governo com freqüência repete mentiras sobre o projeto de transposição de águas do rio São Francisco: água para 12 milhões de pessoas; reforma agrária ao longo dos canais, retirar apenas 1,4% da água; falta de manifestações contrárias; acabar com o êxodo rural e que o rio está saudável e pujante.
A verdade é que não existem obras previstas para levar água às comunidades próximas ou distantes dos canais. A água é para beneficiar os poderosos do agronegócio. São 70% para atender a irrigação e criação de camarão pra exportação, 26% para siderurgia e abastecimento urbano, apenas 4% seria para a população espalhada nas caatingas.
A maior parte das regiões por onde passariam os canais possuem solos rasos e rochosos, o que exige uma agricultura adaptada e sustentável, como propõe os princípios da agroecologia, mas, o governo nunca quis fazer reforma agrária nem incentivar a agricultura camponesa no semi-árido.
Os custos do projeto deverão ser arcados pelos consumidores de água no meio urbano das grandes cidades do Nordeste, nas contas domestica, através do subsidio cruzado. Entre os 44 impactos possíveis, pelo menos 36 seriam negativos. A licença do Ibama e a outorga da ANA são ilegais, contrariando a Política Nacional de Recursos Hídricos e desrespeitam a decisão do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco.
O rio está pedindo socorro e mostra suas entranhas com uma vazão de 1.100m3s, as populações do Baixo São Francisco sofre com um rio assoreado e reduzido a 1/3 da sua largura normal em vários pontos, suas águas estão abaixo do mínimo estabelecido, 70% da vazão são para a produção de energia. As populações sofrem com a falta de água, a reprodução de peixes está em situação de risco para os próximos 20 anos, a salina aumenta em sua foz por causa do avanço do mar. Tudo isso, com a omissão e submissão de todos os órgãos públicos responsável pela gestão de suas águas. O governo trata com profundo desprezo e desrespeito a população do baixo São Francisco e o seu meio ambiente, pra justificar a transposição a qualquer custo.
Contestaram a obra: o Tribunal de Contas da União, Ministério Publico Federal e nos Estados, Banco Mundial, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, além das inúmeras pessoas e entidades em manifestações, protestos e tentativas de dialogo. Mas, o governo mantém as mentiras e não cumprem acordos firmados, um exemplo foi como o bispo Dom Luiz Cappio.
Mas, existem alternativas mais baratas e mais eficientes para o semi-árido nordestino. O “Atlas Nordeste” da Agencia Nacional de Águas, sugere 530 obras para captar e distribuir água para 34 milhões de habitantes de 9 Estados, pela metade do preço da transposição. Para a população espalhadas nas caatingas, a Articulação do Semi-Árido propõe dezenas de tecnologias apropriadas para acesso e uso da água.
O governo do presidente Lula, do ministro Geddel Vieira e de aliados como o deputado Ciro Gomes, mente para a população. Não se deixe enganar! Transposição, quem tem sede não apóia.
São Francisco Vivo: Terra, Água, Rio e Povo!
Fórum de Articulação Popular do Baixo São Francisco: organizações sociais, movimentos populares, povos e comunidades tradicionais.
baixosaofrancisco@gmail.com
domingo, março 23, 2008
MALHAR JUDAS OU MALHAR JESUS?
A malhação do Judas é um costume trazido pelos ibéricos desde os primeiros séculos de colonização e se estende até hoje, embora, esteja mais restrita as pequenas e médias cidades do imenso Brasil. A malhação, queimação ou enforcamento ocorrem geralmente em praça pública no sábado de aleluia num misto entre sagrado e profano, visto que em plena semana santa ocorre a exorcização do mal. Mal este que é captado pelo sentimento coletivo em torno de algo que desperta indignação, aversão, raiva e até cólera. Assim, a ira despertada através de pequeno grupo que inicia a brincadeira encontra eco, contagia várias pessoas e o sentimento passa a ser legitimado coletivamente pela comunidade dos participantes. Após julgamento, condenação, leitura do testamento do boneco-traidor ocorre a execução do Judas. Em ano de copa do mundo pode ser um técnico da seleção como foi em 1982 com Telê Santana, políticos corruptos como ACM, Maluf ou os anões do orçamento que também já foram alvo dos brincantes.
quarta-feira, março 19, 2008
Dia da Mentira do Governo e da Verdade do Povo!

Mobilização nacional contra as mentiras do governo Lula e seus aliados
O 1º de abril que é popularmente conhecido como o “dia da mentira”, esse ano ganhará, também, mais um significado: será um dia nacional de luta contra as mentiras do governo Lula e seus aliados que mentem e enganam os trabalhadores brasileiros.
Por essas e outras mentiras, vamos realizar mobilizações em todo país. Vamos à luta.
Sergipe e Alagoas realizarão mobilização unificada no dia 1º de abril
No dia 15 de março, aconteceu em Penedo/AL a reunião de planejamento das lutas na região do Baixo São Francisco. Foi uma reunião bastante representativa, vários movimentos e entidades estiveram presentes na elaboração do calendário de luta. Foi realizada uma avaliação das atividades realizadas no ano passado e debatidas as perspectivas para este ano. Toda a discussão foi realizada a partir das resoluções da Conferência dos Povos do Nordeste e do Semi-árido realizada em Sobradinho/BA, em fevereiro deste ano.
A atividade do dia 1º de abril foi a principal atividade definida para o próximo período. Nesse dia, os movimentos sociais e entidades do Baixo São Francisco realizarão uma mobilização às margens do Rio São Francisco, na cidade de Propriá/SE, na divisa com o Estado de Alagoas.
Fortalecer a Articulação Popular do Baixo São Francisco
A Articulação Popular do Baixo São Francisco surgiu no ano de 2005. Hoje, aglutina mais de setenta movimentos, entidades e povos indígenas, remanescentes de quilombo, comunidades de pescadores artesanais, assentamentos e acampamentos de reforma agrária, reassentados atingidos por barragens da região do Baixo São Francisco (BA/PE/AL/SE). Todos procurando a superação da fragmentação e a junção das forças num grande movimento pela Vida do São Francisco. A defesa do Rio São Francisco e a luta contra a transposição é a bandeira que unifica todos esses movimentos. A CONLUTAS e o SINDIPETRO AL/SE se somam nessa luta, no fortalecimento da Articulação do Baixo São Francisco e na organização do núcleos/comitês de base na defesa do Velho Chico.
1º de Abril
ATO: “Dia das mentiras do governo Lula e da verdade dos Movimentos Sociais”
Local: Cidade de Propiá/SE
Hora: às 9h
Realização: Articulação Popular do Baixo São Francisco, CONLUTAS, CPP, CPT, MPA, Sindipetro AL/SE, PSTU, Sindicagese/SE, Sintes/SE
domingo, fevereiro 17, 2008
Rio mostra entranhas

Por esta razão, a mudança marcante conseqüentes da operação de baixo fluxo do Rio neste período é vista agora a olho nu. A baixa quantidade compromete drasticamente a qualidade da água e compromete a biodiversidade ao longo do rio. A perda na reprodução do pescado, por exemplo, se dá não apenas pela alteração do fluxo de água, mas, pelas conseqüências da mesma. 1.100m3/s significam alteração drástica das funções dos ecossistemas aquáticos: produção, decomposição de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes e redução da conectividade hidrológica.

Em reunião dia 15 de fevereiro deste na cidade de Propriá – SE, a Câmara Consultiva do Baixo São Francisco reuniu entidades da sociedade civil e órgãos do governo, que discutiram o assunto, segundo Dr. Eduardo Mattos – Promotor público “é impressionante o que diz os órgãos do governo, afirmam que está tudo bem, que não existe nenhum comprometimento de impactos na ictiofauna”. Todas as cidades e comunidades ribeirinhas estão afetas, que seja pelo nível de mortandade de peixes que estão em período de reprodução e não têm lugar para fazer a desova, que seja pelo racionamento drástico das adutoras que abastecem cidades como Arapiraca e já estão completamente comprometidas. O Ministério Publico vem considerando essa situação uma improbidade administrativa e acionou ação civil publica.
A água em si é um elemento da natureza mais abrangente e possui funções de sustentabilidade ecológica, de preservação da fauna e de flora, e aspectos de natureza religiosa, mística e até poética. Mas, a autoridade governamental se manifesta sobre o uso dos recursos hídricos apenas sobre o ponto de vista econômico da sociedade, ou seja, se existe interferência nos recursos hídricos (qualidade, quantidade e regime) do ponto de vista ecológico não existe nenhum respeito no seu enquadramento. É o que ocorre agora com o Velho Chico.
“Nós da comunidade Resina na Foz do São Francisco já estamos consumindo água salgada do mar”, disse uma moradora da comunidade. O rio precisa cumprir sua função ecológica e chegar até o mar, mas, é o mar que vem engolindo o Rio. O argumento do governo de que só será retirado 1% da água que se “desperdiça” no mar para realizar a transposição não passa de uma enorme enganação. A realidade mostra que não existe preocupação nenhuma do governo com o Rio São Francisco e comete inúmeros crimes ambientais, a começar pelo projeto de transposição, passando pelas mentiras de uma revitalização fictícia.
Alzení Tomáz
CPP NE – Conselho Pastoral dos Pescadores
Articulação Popular do Baixo São Francisco
Paulo Afonso - 16/02/08
quinta-feira, dezembro 27, 2007
quarta-feira, dezembro 26, 2007
O JEJUM E ORAÇÃO QUE ACABARÁ COM A TRANSPOSIÇÃO
Depois de uma séria avaliação os movimentos sociais, num glorioso gesto de valorização da vida, pediram encarecidamente ao frei que abdicasse do jejum, apostando e gastando suas forças junto a luta e a mobilização da sociedade organizada. Refletiram que há muito caminho a percorrer e o frei é um testemunho e símbolo fundamental nesta batalha, por isso a sua vida é demais importante para o nosso país.
Às 19 horas todo o povo o esperava para uma celebração campal, dois bispos e vários padres estavam presentes, dentre eles o seu grande amigo, José Comblim. Foi uma celebração simples e de extrema vivencialidade, onde se leu a carta finalizando o período do jejum. Ao fim da celebração fez-se uma positiva avaliação do todo o acontecimento.
1 – a fragilidade do nosso processo democrático, onde o poder executivo desconsidera as leis do seu próprio estado.
2 – a necessidade de maior sintonia e articulação da sociedade e movimentos sociais, frente a problemas vinculados à soberania de um povo.
3 – o poder da mídia e a manipulação desse pelo governo e pelas elites brasileira, inclusive as TVs católicas, que omitiram o fato por vários dias.
4 – o aprisionamento diplomático e burocrático da igreja, que provocou angústia nos cristãos e cristãs, que esperavam desde o início um apoio profético. A carta da CNBB, apesar de tardia, teve sua grande importância.
5 – e que ainda há muito o que percorrer, pois a transposição é apenas um ponto dentro da estratégia de dominação do capital sobre a vida humana e a natureza.