Um círculo de pessoas, sentimentos, lutas e expectativas diversas. Dentro deste círculo, “ocupando” o mapa do rio São Francisco, livros, artesanato, fotografias, instrumentos musicais e produtos culturais que representam a luta em defesa do rio São Francisco e do seu povo.
Assim teve início o Encontro de Educadores e Comunicadores Populares da Bacia do São Francisco, realizado entre os dias 19 e 21 de setembro, no Centro Jesus Mediador, em Lauro de Freitas (Bahia).
Cerca de 60 militantes de movimentos sociais, ONG’s, rádios comunitárias, grupos de teatro e educadores populares das quatro regiões da Bacia do São Francisco (Alto, Médio, Sub-Médio e Baixo) trocaram experiências de educação e comunicação, com o objetivo da formação de uma Rede de Educomunicadores Populares.
A importância da Comunicação Popular como ferramenta estratégica nas lutas em torno do rio São Francisco, mobilizando comunidades e criando meios alternativos de comunicação, foi destacada durante o Encontro.
A construção coletiva foi um dos muitos pontos positivos do Encontro. Os participantes se dividiram em grupos responsáveis pelo andamento das atividades, não sobrecarregando a organização nas mãos de poucos: Relatoria e Registro; Animação; Mística; Limpeza dos espaços; Noite Cultural; além de uma Coordenação Geral, com um representante de cada região.
Debates sobre Comunicação como um direito humano, relação entre comunicação e movimentos sociais, conceitos e formação de redes foram importantes para a formação dos comunicadores populares. Durante o Encontro também foram realizadas oficinas coletivas, com dois objetivos: pensar e desenvolver meios de comunicação que possam ser utilizados pela Rede e formação de multiplicadores.
Na noite do dia 20, os participantes apresentaram os produtos: a oficina de vídeo produziu um documentário de cinco minutos sobre o rio São Francisco; o grupo de rádio fez um programa de quatro minutos sobre a importância da Rede para a luta pela revitalização do Velho Chico; um Jornal Mural com notícias e experiências de lutas foi o resultado da oficina de produção textual; e duas peças teatrais foram realizadas pelas oficinas de Educação Popular e Teatro de Rua.
Entre as ações da Rede está a criação de um sítio na internet, onde serão disponibilizados programas de rádios comunitárias, fotografias de manifestações, documentários sobre as questões de interesse dos trabalhadores e matérias sobre o andamento das lutas nas quatro regiões da Bacia do São Francisco.
O último dia do Encontro foi o momento de proposições para a criação da Rede e encaminhamentos finais. Após discussões em grupos, a Plenária definiu o nome da Rede: Rede de Educomunicadores Populares da Bacia do São Francisco, que está organizada em cinco frentes: rádio, on-line, teatro, audiovisual e educação popular.
Para dar continuidades aos trabalhos da Rede, Encontros Regionais serão realizados até o final do primeiro semestre de 2009, pois no segundo semestre acontecerá o 2° Encontro de Educomunicadores da Bacia do São Francisco, com o objetivo de avaliar esse primeiro ano de atividades e encaminhar outras tarefas na luta em defesa da terra, água e povo do rio São Francisco.
Entrega do Prêmio Pax Christi Internacional a D. Luiz Cappio e ao Povo do São Francisco e do Semi-Árido 5ª Romaria das Águas de Sobradinho Sobradinho, 16 a 19 de Outubro de 2008
Tema: ÁGUAS PARA A PAZ (cartaz)
Programação
Dia 16 (5ª f.) Sessão na Câmara Municipal - tema da romaria e do seminário - participante: povo de Sobradinho
Dia 17 (6ª f.) 1. Seminário “Revitalizar o Rio para a Vida em Paz” - participantes: 100 pessoas da região, representantes das organizações populares e movimentos sociais - local: Centro Comunitário Antonio Conselheiro - hora: 8h00 às 18h00 - 4 sub-temas tratados em mesas com explanações e debates: 1) Terra e território (responsável – CPT Regional) 2) Água e meio-ambiente (ASA) 3) Educação e cultura (IRPAA) 4) Produção e economia solidária (CooperCUC e SASOP) 2. Coletiva de Imprensa - local: Capela de São Francisco - hora: 13h30 3. Celebração Eucarística - lançamento do Dia Mundial de Jejum pela Paz e Soberania Alimentar - local: Capela de São Francisco - hora: 19h00 4. Noite Cultural - apresentações artísticas regionais e filmes sobre a luta do São Francisco, Conferência de Sobradinho, o Jejum... - local: Ginásio de Esportes (?) - hora: 20h30 - responsável: PJMP de Sobradinho e FACS – Fundação Arte e Cultura de Sobradinho
Dia 18 (sab) 1. Dia Mundial de Jejum pela Paz e Soberania Alimentar - local: Capela de São Francisco e mundo afora... - hora: 6h00 – 24h00 2. Celebração Inter-religiosa - local: a definir... - hora: 20h00 3. Caminhada - início: local da celebração inter-religiosa (21h30) - término: Porto (Chico Periquito) (24h00) - paradas: (4) com gestos simbólicos e falas de representantes dos premiados – pescadores, indígenas, geraiseiros, catingueiros (da Bacia do SF), 4 estados do Nordeste Setentrional e Salvador, alguém pelas personalidades...
Dia 19 (dom) 1. Entrega do Prêmio / Celebração de Encerramento - início: 00h00 - término: 01h00 - símbolos das caravanas - fala da Pax Christi - fala de D. Luiz - partilha do pão (marco do encerramento do Dia de Jejum) - despedida 2. Show - início: 01h30 - término: 03h00 - responsável: Gogó e Banda Fé e Axé
A relação entre os usos das águas e a paz é tema de romaria, caminhada, seminário, debates, manifestações culturais e dia mundial de jejum coletivo na entrega do Prêmio Pax Christi International.
Salvador - Entre os dias 16 e 19 de outubro, milhares de pessoas são esperadas em Sobradinho, norte da Bahia, durante a 5ª Romaria das Águas e entrega do Prêmio pela Paz da Pax Christi Internacional (2008 Pax Christi International Peace Award), ao bispo Dom Luiz Cappio e às organizações e movimentos sociais, povos e comunidades tradicionais, envolvidos na luta pela revitalização e contra o projeto de transposição das águas do rio São Francisco.
A programação inicia no dia 16, à noite, com uma sessão solene na Câmara Municipal. O Seminário Revitalizar o Rio para a Vida em Paz, abre a sexta-feira (17) com a participação de representantes das comunidades e organizações populares daquela região. As palestras e debates sobre modelo de desenvolvimento terão foco na revitalização popular, aquela a partir dos problemas dos ecossistemas e das necessidades reais e iniciativas das comunidades, como instrumento para uma cultura de paz. No mesmo dia, à noite, uma Celebração Eucarística na Capela de São Francisco deve relembrar os 24 dias de jejum de Dom Cappio, entre novembro e dezembro de 2007. Na ocasião será lançado o Dia Mundial de Jejum pela Paz e Soberania Alimentar.
Este dia de jejum acontecerá durante o sábado (18). O gesto chama a atenção para a tendência mundial em concentrar a produção agrícola em grandes empresas e com altas tecnologias, agora potencializadas pelos combustíveis de origem vegetal, em detrimento da produção alimentar e da agricultura camponesa, com graves riscos ambientais. Ao mesmo tempo questiona o modelo de consumo egoísta e alienado - um dos fatores responsáveis pelo escândalo da fome no mundo e pelo agravamento da crise ecológica. Encerrado o dia de jejum com a entrega do Prêmio Pax Christi, às margens do Rio São Francisco, ao pé da Barragem de Sobradinho, espera-se a adesão de centenas de grupos e milhares de pessoas em Sobradinho, em outras cidades, estados brasileiros e mundo afora.
No Brasil, em particular, toda a programação questiona os grandes projetos na Bacia do São Francisco, além da transposição, a expansão indiscriminada do agro e hidronegócios, agrocombustíveis, novos perímetros irrigados, mineração e siderurgia, barragens, usinas, ferrovias, minerodutos, etc. Bancados com incentivos e recursos públicos, minimizam não os impactos, mas as responsabilidades pública e privada com as graves conseqüências sociais e ambientais.
A entrega do prêmio começa com uma celebração inter-religiosa, ainda no sábado a noite, às 20h. Líderes católicos estarão juntos com pastores de várias igrejas cristãs, mães-de-santo e pajés indígenas. Um testemunho vivo da paz como fruto das relações de respeito e convivência harmoniosa entre diferentes mas iguais.
Ao término da celebração romeiros seguem em caminhada durante três horas, por cerca de quatro quilômetros. Ao longo do percurso, quatro paradas marcarão a vigília de todos pela paz, com depoimentos de representantes dos demais premiados além do bispo Dom Luiz Cappio.
A chegada às margens do rio São Francisco, deve acontecer no início da madrugada e será o momento final. Uma representante da Pax Christi Internacional estará no Brasil para fazer a entrega do prêmio a Dom Cappio e a representantes do povo, como expressão do reconhecimento e incentivo à continuidade da luta popular em defesa das águas, da terra e de toda a vida.
O prêmio
O Prêmio pela Pazé outorgado por Pax Christi Internacional, anualmente desde 1988, a homens e mulheres que defendem a paz e a não-violência em qualquer parte do mundo. Dom Cappio é o terceiro brasileiro a receber. O primeiro foi a sindicalista Margarida Alves, que recebeu postumamente, em 1988. O segundo foi o membro do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello, morto vítima de um atentado terrorista no Iraque.
Dom Luiz Flavio Cappio, bispo da diocese de Barra (BA), escolhido para receber o prêmio em 2008 convive há mais de 30 anos com as comunidades do São Francisco. Entre 1993 e 1994 fez uma peregrinação de um ano entre a nascente e a foz do rio, denunciando seu estado deplorável e animando as comunidades à luta em sua defesa. Em 2005 e 2007 fez dois jejuns pela revitalização e contra o projeto de transposição. A entrega será marcante também por acontecer no Brasil e pela primeira vez fora da sede européia da Pax Christi.
A Pax Christi Internacional
A Pax Christi Internacional foi fundada na França, em 1945, como um movimento de reconciliação entre franceses e alemães após a Segunda Guerra Mundial. Constitui-se em movimento católico e uma Rede pela Paz, Respeito aos Direitos Humanos, Justiça e Reconciliação em regiões devastadas por conflitos. Baseia-se na crença de que a paz é possível e que os círculos viciosos da violência e da injustiça podem ser quebrados. Hoje conta com mais de 100 Organizações-Membro e atua em mais de 50 paises dos cinco continentes. No Brasil seu representante é a Comissão Pastoral da Terra – CPT. A Pax Christi tem status consultivo junto à ONU, à Unesco e ao Conselho da Europa.
Os proponentes
A entidade que encabeçou a proposição de Dom Luiz Cappio para o prêmio foi o SERPAJ – Serviço Paz e Justiça. O líder dessa organização é o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, artista argentino que se notabilizou pela luta em defesa dos Direitos Humanos na Argentina e na América Latina. A ele se somaram mais de cento e cinqüenta (150) representantes de quase uma centena de movimentos e organizações sociais, reunidos na Conferência dos Povos do São Francisco e do Semi-Árido, entre os dias 25 e 27 de fevereiro de 2008, em Sobradinho.
Maiores informações:
Clarice Maia – Comunicação Articulação São Francisco Vivo: (71) 3328-4672 / 9236-9841
Ruben Siqueira – Comissão Pastoral da Terra (71) 3328-5750 / 9208-6548
Luciano Bernardi – Comissão Pastoral da Terra (71) 3328-4672
Cristiane Passos – Comunicação Comissão Pastoral da Terra: (62) 4008-6406
Paróquia de Sobradinho – 74.3538-2432/ P. João Sena – 9962-6845
Cerca de 50 Camponeses e camponesas dos Grupos de base MPA - Movimento dos Pequenos Agricultores ocuparam na manhã de hoje a Prefeitura Municipal de Cacimbinhas - AL. Os representantes de diversos grupos de base do MPA cobraram do Prefeito providencias referente aos problemas que as familias camponesas vem emfrentando em suas comunidades na area da Energia Eletrica, os pontos reivindicados foram os seguintes:Iluminação Publica, as familias pagam a taxas altas mas nos postes não tem nem uma lampada.
Manutenção da iluminação publica onde ja foi colocado lampadas, pois algumas receberam mas não tem manutenção.
Outro Problema vivenciado pelos camponeses são os transfordores com baixa potencia em horario de pique a partir das 6:00h da tarde as televisões, geladeiras e outros aparelhos não funcionam, casos em que os aparelhos queimaram.
Outro ponto reivindicado foi a implantação da tarifa social de consumo de energia no estado de Alagoas ja que outros mucipios ja estão se mobilizando. Durante a negociação o Prefeito se comprometue em resolver a questão da iluminação publica em 15 dais. Tambem se comprometeu a participar de uma audiencia na Sub-estação de da CEAL ( Companhia Energetica de Alagoas) para discutir a implantação da tarifa social e resolver os problemas dos transformadores. Ficou emcaminhado que o MPA fara um estudo e uma prosposta de taxa de iluminação publica para o municipio.
José Hélio MPA - Luta Camponesa, Soberania Alimentar e Poder Popular!
Os projetos de usinas nucleares fazem parte da ampliação da matriz energética brasileira. O governo propõe a construção de usinas na região do semi-árido às margens do Rio São Francisco. Uma delas na região de Xingó na região do Baixo, com o pretexto de geração de emprego e crescimento econômico.
É preciso compreender melhor os riscos desta energia nuclear. É importante compreender como funciona a formação da energia nuclear: a rocha de urânio é um minério que extraído possuem componentes atômicos (prótons, elétrons e neutros) esses três componentes juntos possuem uma harmonia. Mas, para fazer a energia nuclear esses elementos são moídos, purificados e submetidos à reação química, ocorrendo uma desagregação dos elementos atômicos. Junto a esses três elementos são colocados outros elementos como o césio, por exemplo, que gera um calor, chamado de energia térmica. Esse calor, que é um combustível, vai para um reator que transforma a energia nuclear em energia térmica. Para tanto, esses reatores precisam de um fluxo de água intensa para fazer a refrigeração. A partir daí, ocorre o mesmo processo da usina hidrelétrica. O calor vaporiza a água e move a pá da turbina que acaba gerando a energia elétrica. Após três anos, 75% do urânio desaparecem e são substituídos pelos componentes que o destruíram gerando outro elemento químico altamente radiativo. A água que foi usada para resfriar os reatores volta aquecida ao rio e isso causará grandes impactos ao ecossistema.
Por ser uma energia cara, suja e perigosa, as termos nucleares, podem trazer risco e grandes catástrofes, com graves liberações de radioatividade. Desastres podem ocorrer, a exemplo de Chernobyl em 1996 causando milhares de mortes.
Os rejeitos nucleares é material contaminado de radioatividade. O lixo pode irradiar o que tiver ao seu redor. São de extrema gravidade para a saúde humana, animal e vegetal. A população que vive numa zona de usina nuclear está exposta a pequenas doses de radiação que provocam câncer, tumores, mutações, etc.
É em nome desse desenvolvimento gerando mais riquezas para as indústrias de energia elétrica, que o governo impõe esse tipo de projeto para o São Francisco, priorizando os aspectos econômicos do mercado de energia, em detrimento da segurança humana e do meio ambiente.
Conclusões da Reunião do Baixo São Francisco em 04 de Março de 2007. Piranhas/AL