quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Campanha por uma Verdadeira Revitalização


Núcleos de Articulação Popular se preparam para embate

Núcleo Paulo Afonso: cerca de nove municípios na divisa dos Estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas, reúnem-se com diversos grupos e organizações para discutir sobre o projeto de transposição. Para dar corpo a organização do Núcleo Paulo Afonso/Petrolândia que compõe o Fórum de Articulação Popular na região do Baixo São Francisco, vários municípios se reúnem para alinhar a discussão a cerca da situação do Rio, a situação do bioma caatinga nesse território. Em Jeremoabo/BA professores, alunos e comunidades definiram a organização de uma rede de discussão para se inserir melhor no processo de discussão no Fórum. Em Delmiro Gouvéia/AL, estudantes e pessoas ligadas a comunidade local, debateram o assunto e estão interessados de participar e atuar de forma mais sistemática sobre o assunto. Ainda neste Município em reunião do Pólo Sindical Rural do Alto Sertão Alagoano, juntamente com a CONTAG Nacional com a presença do vice-presidente Alberto, os sindicalistas cobraram a necessidade do movimento sindical discutir o assunto, diversos debates estão programados para a região. Petrolândia/PE, realizou no ultimo dia 26/02 manifestação com os pescadores artesanais que ocuparam o Ministério do Trabalho exigindo liberação do seguro defeso. Aproveitou-se para dar o recado contrário a transposição. Organizações em Paulo Afonso se articulam para realização do 8 de Março dia Internacional da Mulher.
Núcleo de Palmeira dos Índios: O núcleo nesta região se prepara para organizar o lançamento da Via Campesina no Estado de Alagoas, dia 07 de março, vários Movimentos Sociais aproveitarão para debater sobre o Projeto de Transposição. O Núcleo terá reunião neste próximo dia 06 com o Bispo Diocesano.
Núcleo Dimas e Calumbi: articulados em 9 municípios as organizações e comunidades estão trabalhando no levantamento de recursos para viabilizar a viagem a Brasília em função da mobilização contra a transposição.
Núcleo da Foz: diversas organizações também se articulam para levantar recursos para Mobilização em Brasília.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Pescadores Artesanais Ocupam Ministério do Trabalho


Comunidades pesqueiras deixam funcionários sitiados por mais de cinco horas na sede do Posto em Petrolândia – PE.

Cerca de 600 famílias de pescadores artesanais ocuparam no dia de hoje (26/02/07) o posto do Ministério do Trabalho no município de Petrolândia a 450 km de Recife. Os pescadores desde o dia 02 de novembro de 2006 estão proibidos de pescar por causa do período de reprodução do pescado, mas até o momento ainda não conseguiram receber o seguro defeso por causa da morosidade do Ministério do Trabalho.

Os pescadores ao chegarem na sede do posto foram informados, que somente na ultima sexta-feira dia 23/02 o chefe do posto Adeilton Nunes havia encaminhado os documentos dos pescadores, mas, ainda existiam formulários sem ter sido enviado. Os pescadores decidiram permanecerem acampados na sede até o protocolo dos formulários restantes nos correios. O Ministério alega atraso no repasse dos formulários e a falta de estrutura do posto. “Existe somente três funcionários para fazer o trabalho”, disse o chefe do posto, Adeilton Nunes. Alegando que já solicitou da prefeitura funcionários para trabalharem no Ministério. Ao telefonar para a sede em Recife, o diretor Augusto César assegurou que os pescadores estariam recebendo o seguro em dez dias.

Muitas famílias passam fome e já não podem mais pegar alimento no mercado. “Se a gente receber o seguro defeso nem vai dá pra pagar as contas no mercado. Será que eles não conseguem ver o nosso lado?”, indagou a pescadora Aparecida Rodrigues. Os pescadores artesanais aproveitaram o protesto pra gritar contra o projeto de transposição do São Francisco. “Tem pescadores que nem tem água tratada na beira do Rio. Lá na vila dos pescadores no Icó Mandantes, o povo tá com fome e sede e ainda vão ser expulso do local por causa da tal transposição”. Disse, Maria Conceição, pescadora. Sem ter local pra mora, impedidos de pescar e com problemas de acesso as terras de beira rio, os pescadores denunciaram e, gritaram por dignidade e respeito.

Petrolândia, 26/02/07.
Colônia de Pescadores – Z23
Conselho Pastoral dos Pescadores.

sábado, fevereiro 24, 2007

Pescadores Artesanais protestam no Ministério do Trabalho

Pescadores ainda não receberam seguro defeso e passam necessidade de fome

Cerca de 600 pescadores artesanais do Rio São Francisco, nos Municípios de Petrolândia e Jatobá em Pernambuco, ainda não conseguiram receber o seguro defeso. Os meses de novembro de 2006 a fevereiro de 2007 é o período de reprodução dos peixes onde fica proibida a sua captura. Desde janeiro, os pescadores encaminharam documentações necessárias para o andamento do processo de seguro, mas o posto do Ministério do Trabalho local até o ultimo dia 23 deste, não havia encaminhado os processos do benefício para a sede em Recife. Os pescadores prejudicados denunciaram o caso e realizam protestos nesta próxima segunda-feira dia 26/02/07 na sede do Município em Petrolândia.

Muitas comunidades de pescadores artesanais estão em situação de emergência. “Sem poder pescar, os mercados locais não fornecem mais alimentos e muitas famílias passam necessidade de fome. A Vila dos Pescadores no complexo do Icó Mandantes há meses não tem o que comer. São 39 famílias em situação de risco, sem água tratada e sem poder se alimentar. Já tem até criança desnutrida”. Avisa o presidente da Colônia de Petrolândia, Pedro de Souza.

A Vila dos Pescadores do Icó Mandantes está situada na barragem de Itaparica, local da tomada de água onde seriam construídos os canais da transposição do eixo leste. Segundo o pescador Manoel dos Santos, a situação vai ficar pior, pois já receberam aviso do Ministério de Integração que terão de sair do local. “Aonde vamos viver, sem lugar pra ficar e sem poder nem pescar”. Desabafou o pescador, ameaçado pela mega-obra.

Quanto ao seguro-defeso, o chefe do posto, Adeilton Nunes, alegou que não encaminhou a documentação porque ainda tem documentos pra receber dos pescadores e que prefere encaminhar tudo de uma vez, alegou também, que o seu cartão de despacho nos correios está em atraso, impossibilitando fazer o envio. Os pescadores reinvidicam, a destituição do chefe do posto e a nomeação imediata de alguém que resolva o problema dos prejudicados. Reivindicam ainda, a liberação imediata do seguro-defeso por parte do Ministério do Trabalho.

Petrolândia – PE, 24/02/07

Mais informações:

Alzení Tomáz – CPP NE Baixo São Francisco
75. 3281 0848
Pedro de Souza – Presidente da Colônia de Pescadores de Petrolândia –
87. 9617 6694.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Manifestações


Manifestações contra transposição do Rio São Francisco reúnem milhares de pessoas

Milhares de pessoas são esperadas em atos que iniciam hoje (23/02) e seguem até a próxima segunda-feira (26/02), pela revitalização e contra o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. Os eventos acontecem desde Belo Horizonte (MG) até Juazeiro (BA), onde é esperado o maior número de manifestantes.

A chamada “jornada de lutas” é articulada por entidades e movimentos populares, em oposição ao projeto do governo federal. As ações tiveram início ontem, quando o bispo da Diocese de Barra, D. Luiz Cappio, protocolou carta dirigida ao presidente Lula. Nela o franciscano pedia a volta do diálogo e medidas políticas mais lúcidas.

Organizados e previstos para acontecer em seqüência, nas regiões que compõem a Bacia do Rio São Francisco, não têm data prevista para terminar. A intenção é pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF), para que os ministros analisem a questão, uma vez que apenas o ministro Sepúlveda Pertence deu parecer sobre o caso. Além disso, espera-se preparar organizações e movimentos para ato que acontecerá, no mês de março, em Brasília.

Sub-médio e Baixo São Francisco
Juazeiro (BA) é o local escolhido para manifestação que reunirá cerca de duas mil pessoas, na próxima segunda-feira (dia 26/02). A concentração será de manhã, com a participação de artistas populares da região. Em seguida haverá uma caminhada pelas ruas do centro, até a cidade de Petrolina (PE), onde acontecerá outro ato.

A organização é articulada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT); Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP); Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Juazeiro, Curaçá, Santa Maria da Boa Vista, Orocó e Lagoa Grande; MAB; Sindicato dos Assalariados (Juazeiro); Organizações Não Governamentais; Rede de Mulheres; Povos indígenas (Truká e Tumbalalá); Pastoral dos reassentados.

Os manifestantes são de pelo menos 10 municípios baianos, daquela região – entre eles: Pilão Arcado, Remanso, Casa Nova, Sento Sé, Sobradinho, Curaçá e Paulo Afonso próxima segunda-feira (dia 26/02); municípios pernambucanos: Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Orocó e Petrolândia. Além disso, participam pessoas de Alagoas e Sergipe - dos municípios do Baixo São Francisco que estão na confluência com aqueles estados.

Médio São Francisco
No domingo (dia 25/02) é a vez do médio São Francisco se posicionar, com cerca de oitocentas pessoas de diferentes cidades daquela região, em Ibotirama (BA). O ato acontece durante a celebração de lançamento do Diretório Nacional de Catequese, que deve ser seguido por uma caminha pelas ruas da cidade.

São esperadas a participação do bispo D. Luiz Cappio e uma apresentação sobre a atual situação de degradação da Bacia. Previsto para iniciar às 09h, tem na organização as dioceses de Barreiras, Barra e Lapa – da igreja católica.

Alto São Francisco
Desde a quinta-feira (dia 22/02) entidades se movimentam em Belo Horizonte em ações contra a transposição do rio São Francisco. Durante o lançamento da Campanha da Fraternidade, no Parque da Cidade, foram distribuídos cerca de cinco mil panfletos. Estes chamavam as pessoas para se juntar às próximas manifestações.

Hoje (23/02) os professores da rede pública municipal foram envolvidos nas discussões. Durante três reuniões que acontecem durante o dia, cada uma com 80 escolas, um dos temas abordados foi o apoio a campanha pela revitalização e contra a transposição. Os professores devem paralisar as atividades dia 28, quando o tema será novamente debatido.

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Serviço
Maiores informações:
Cícero Félix (Sub-médio São Francisco) – (74) 88026009
Samuel Britto (Médio São Francisco) – (77) 24831143/ 34812085
Clarice Maia (Comunicação) – (71) 92125024
Ruben Siqueira (Articulador) – (71) 92086548

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Campanha por uma verdadeira Revitalização!


Jornada de Luta contra a Transposição!

A Campanha da Fraternidade de 2007 assume o compromisso de conhecer e defender a vida da Amazônia. É urgente salvar o meio ambiente, para salvar a vida no planeta e a nós mesmos. Em sintonia com a Amazônia nos colocamos numa grande Jornada de luta pela Revitalização do Rio São Francisco, contra a transposição de suas águas.
Hoje vemos o resultado com as drásticas mudanças climáticas, resultado da destruição dos últimos 60 anos, amanhã não saberemos como será. No Brasil a situação tende a se agravar principalmente na Amazônia e no Nordeste. E ainda querem dar o golpe final no Rio São Francisco. Natureza e povo ameaçados pelo projeto de transposição, pelo reforço à antiga e atual “indústria da seca”.
O Governo Lula tem atropelado a sociedade para implantar esta mega-obra da transposição. Cai a máscara do Governo, que demonstra um falso diálogo com a sociedade e impõe suas vontades numa obra injusta que não beneficia quem necessita de água, a população espalhada na caatinga.
O verdadeiro objetivo da transposição é o modelo agronegócio exportador para atender e interesses empresariais. Mais de 70% das águas iriam para produção e exportação de frutas e criação de camarão. Para o setor industrial e centros urbanos iriam 26%. Apenas 4% iriam para a população espalhada nas caatingas. Os impactos são os graves problemas ambientais e sociais, além do custo elevadíssimo que a sociedade nordestina arcará através das contas de água. Até hoje, muitas pessoas passam fome e sede não muito distantes da calha do São Francisco. É uma obra injusta que viola direitos das populações tradicionais, gera desarmonia e divisão nacional.
A solução para o acesso a água no Nordeste é o melhor aproveitamento e a distribuição justa da água disponível e suficiente, mais viável e menos onerosa. São necessários Projetos verdadeiros de Convivência com o Semi-Árido e de Revitalização, com respeito às populações tradicionais, ao cerrado, à caatinga, cuidado com afluentes, matas ciliares e lagoas marginais, saneamento, despoluição, vazão ecológica ideal que garanta a biodiversidade.
O São Francisco pede socorro. Só com o povo na rua é que conseguiremos barrar a mega-obra e revitalizá-lo. Participe da Jornada de luta contra a transposição.
Dia 12 de março acampamento em Brasília. Venha e Proteste!

O São Francisco pede nosso grito!
Vamos pra rua barrar a Transposição!

Fórum de Articulação Popular
São Francisco Vivo: Terra, Água, Rio e Povo!
Contatos: baixosaofrancisco@gmail.com
Telefax: 75. 3281 0848

terça-feira, fevereiro 13, 2007

FÓRUM DE ARTICULAÇÃO: DEFINIÇÕES DE TRABALHO


ORGANOGRAMA DA REGIÃO DO BAIXO SÃO FRANCISCO

COMISSÃO ARTICULADORA DOS NÚCLEOS:

1. Núcleo Dimas e Calumbi (Poço Redondo/Piranhas): Instituto Palmas: Silvia Janayna; Caminhantes do Rio: Frei Enoque; Colônia de Pescadores de Canidé do São Francisco: Conceição; MPA- Movimento de Pequenos Agricultores: Aroldo; CONAQ – Coordenação Nacional dos Quilombolas: Manoel Belarmino; SINTESE: Edimilson e Roseane; FETAG/ STR de Pão de Açúcar: Pedro Lúcio
2. Núcleo Paulo Afonso/Petrolândia: AGENDHA: Bruna; CPP Dioc. Floresta: Ruty; Colônia Z23 Petrolandia: Pedro; Pastoral dos Reassentados: Edvaldo (Di); STR PA: Edezio; STR Água Branca: Celina; P. Social: Isa; Povo Pankararu: Cristiane Julião; NECTAS/UNEB: Juracy.
3. Núcleo de Palmeira dos Índios/Arapiraca: MPA: Hélio; FUNESA: Deyvson; MPDC: Erisvaldo.
4. Núcleo da Foz (Própriá/Penedo): SE = Neópolis – Dadinho/Colônia de Pescadores, Própria – Delba/P.da Criança, Brejo Grande – Pe. Izaias/Cáritas, Pacatuba – Ir.Luiza/Congregação Irmãs da Caridade , Japoatã – Claudemir/Escola Familiar Agrícola; AL = Piaçabuçu – Wilton/Grupo Olha o Chico, Igreja Nova – Leandro/Central das Org. de Agricultura Familiar, Penedo – Toinho Pescador/FEPEAL; Filhos do Velho Chico; Central de Organizações.

PLANAJEMENTO OPERATIVO ANUAL DO BAIXO SÃO FRANCISCO

LINHA: TERRA
META:
Envolver as áreas indígenas, quilombolas e pescadores em luta conjunta pela regularização dos territórios e pela criação de RESEX.
Discutir o Plano Camponês na Bacia do SF e o projeto de Convivência com o Semi-Árido;

LINHA: ÁGUA
META:
Influenciar o Comitê de Bacia através de uma proposta popular de Vazão Ecológica que garanta o biótica do rio;
Fortalecer a luta pela preservação das nascentes, ilhas, lagoas marginais e afluentes.
Articular para interferir na aplicação da Cobrança da Água.


LINHA: PRODUÇÃO
META:
Criar processos de luta em defesa da pesca artesanal no Baixo SF.
Intensificar as denuncias com relação às concessões de uso da água para pisciculturas, as condições trabalhistas, licenças ambiental, interferências nos territórios e ameaças contra a vida.

LINHA: EDUCAÇÃO
META:
Criar processos que influencie numa educação contextualizada através da Rede de Educadores e Comunicadores Populares do Baixo SF;
Criar processos de comunicação que contribua na Campanha de Revitalização do SF.

LINHA: GRANDES PROJETOS
META:
Criar processos para barrar a transposição, novas barragens e usinas nucleares;
Estimular a realização de avaliação de impactos ambientais dos Monocultivos no Baixo (cana-de-açúcar, eucalipto, coco, carcinicultura e piscicultura);
Avaliar o Programa Nacional de Ecoturismo para o SF, articulando as comunidades para evitar a efetivação de projetos nefastos a sua memória, patrimônio, meio ambiente, etc.

ORIENTAÇÕES PARA O FORTALECIMENTO DOS NUCLEOS
Núcleo: P.A./Petrolândia
Núcleo: Dimas e Calumbi
Núcleo: Arapiraca/Palmeira dos Índios
Núcleo: Foz
Fortalecimento dos Núcleos: Envolver instituições, grupos e comunidades.
Construção de uma Agenda Comum de Luta e realizar reuniões periódicas;
Produção de Material de comunicação e informação;
Organizar promoções de auto-sustentação financeiras, para bancar a articulação;
Envolver os município: desenvolver ações em todas as cidades do Núcleo;
Realizar Assembléias nos núcleos;
Utilizar os Meios de comunicação já existentes;
Articular melhor as Igrejas, cooperativas, escolas, sindicatos, colônias, nas praças públicas, nos Meios de comunicação, etc.;
Procurar mobilizadores populares para realizar as discussões;
Organizar melhor o povo na articulação;
Envolver as pessoas do campo e da cidade;
Envolver a juventude;
Realizar Assembléias populares em cada Comunidade e Municípios;
Envolver professores e pensar na Educação popular e contextualizada;
Luta assumida por todos;
Organizar melhor os Núcleos.

Instrumentos de Comunicação para a Articulação do São Francisco Região do Baixo
Impresso:
Panfleto informativo de campanha
Cartilha
Publicações (2)
Folheto sobre Vazão Ecológica
Eletrônico:
Boletim For-Informativo
Noticias semanais
Blogg
Correio eletrônico
Radiofônico:
Programas de Rádios
Organizar:
Banco de Dados (documentos e artigos)
Mala Direta (catalogar endereços)

Núcleo Dimas e Calumbi - Assembleia Popular


Região:
Pôrto da Folha, Monte Alegre, N. Sra. Da Glória, Poço Redondo, Canindé de São Francisco (SE);
Piranhas, Olho D’Água do Casado, Pão de Açúcar, Belo Monte (AL),
Pedro Alexandre (BA).


O Núcleo de Articulação que compreende 10 municípios do sertão de Alagoas, Sergipe, Bahia (Pôrto da Folha, Monte Alegre, N. Sra. Da Glória, Poço Redondo, Canindé de São Francisco (SE); Piranhas, Olho D’Água do Casado, Pão de Açúcar, Belo Monte (AL), Pedro Alexandre (BA). Reuniu no Povoado Bom Sucesso com cerca de 120 pessoas das diversas organizações, movimentos sociais e povos das comunidades locias, onde se discutiu o Projeto de Revitalização que nós queremos para bacia do São Francisco. O NÚCLEO ganhou o nome de Dimas e Calumbi em homenagem a um grande pescador daquela região e a planta nativa das barrancas do rio que dão sustentação as barreiras nesta região.

No cenário do São Francisco, observou-se através dos acervos fotográficos a realidade de degradação que o Rio vem sofrendo. O modelo de desenvolvimento dos poderosos degrada o ambiente e gera mais pobreza para as populações do São Francisco. As barragens impediram que o rio corresse com água suficiente garantir a reprodução dos peixes e de outras vidas, as mineradoras do alto São Francisco, esgotos e lixos trás conseqüências desastrosas até para o Baixo, a degradação da mão de obra e escravização dos trabalhadores ainda é uma realidade. Observou-se a situação da falta de pescado, a pesca predatória e a substituição da pesca artesanal para os criatórios de peixe em tanque rede. O aumento dos latifúndios que vem impedindo os ribeirinhos de terem acesso a terra e a água são problemas que se agrava e contribuem ainda mais para desgraçar o rio trazer mais pobreza para o povo. Os grandes projetos de como irrigação, piscicultura só fortalecem os grandes e poderosos que usa o produto bom para vender fora do país, trazendo mais problemas para o meio ambiente e para a vida do povo. O modelo de agricultura que utiliza de forma intensiva o agrotóxico,envenena as águas e trás problemas de saúde para os trabalhadores, que trabalham para as empresas quase de graça, tem até trabalho escravo. Essas questões foram dificuldades discutidas com no cenário do São Francisco.

No trabalho em Grupo sobre o Projeto de Rio que nós queremos, os grupos falaram que querem um Rio revitalizado sem cercas e com um Povo revitalizado. As principais idéias levantadas:

Terra:
¨ Projeto que valorize os índios, quilombolas, canoeiros, pescadores, etc;
¨ Reflorestamento;
¨ Buscar melhores condições de vida;
¨ Conscientização das pessoas;
¨ Reflorestamento das matas ciliares

Água:
¨ Revitalizar os Afluentes e olhos d’água;
¨ O Rio tem que está vivo;
¨ Conquista de Pão de Açúcar: discussão e aprovação do Plano Diretor – criação da secretaria e conselho do Meio Ambiente (criar comitê de defesa do SF);
¨ Rio com Vida garantindo vida para os seres humanos, animais e vegetais;
¨ Saneamento básico;
¨ Preservação das matas ciliares;
¨ Revitalização das lagoas

Educação:
¨ Modelo de educação Contextualizada;
¨ Trabalho de mobilização e educação formal e informal na Bacia;
¨ Valorização dos conhecimentos tradicionais e culturais, seu modo de viver;
¨ Povo educado, consciente, mobilizador que cuida do meio ambiente: dos córregos e riachos;
¨ Resgate e valorização da cultura

Produção:
¨ Sensibilizar para um Modelo de Agricultura sustentável;
¨ Fortalecer e valorizar a diversificação dos produtos (recuperar sementes criolas);
¨ Colocar em pratica os mecanismos da agricultura familiar

Grandes Projetos:
¨ Mobilizar para pressionar o governo contra a transposição e as novas barragens;
¨ Incluir nos Planos Diretores Municipais o Plano de Revitalização do SF (interferir e discutir os Planos).
¨ Que seja colocado em lei municipal à questão do Meio Ambiente;
¨ Conscientização do Povo;
¨ Um Rio sem usinas nucleares e barragens;
¨ Que o governo disponibilize dinheiro para revitalização sustentável que interesse as populações do Rio.

Nas discussões sobre o que podemos fazer juntos para 2007, os grupos apontaram: que precisamos organizar melhor o núcleo desta região com uma Equipe de Articulação que consigam envolver os diversos grupos, comunidade, entidades e populações dos 10 municípios. Para essa Articulação foi escolhido um nome para o Núcleo que passou a ser chamado de Dimas e Calumbi (Dimas foi um pescador artesanal desta região que teve importante luta em defesa dos pescadores e Calumbi é uma planta nativa da região que segura as barrancas do rio). O Núcleo Dimas e Calumbi definiu as seguintes proposições:
¨ Realizar Seminários e palestras nas comunidades sobre a situação do São Francisco e de seu povo e massificar os debates;
¨ Articulados em defesa da revitalização;
¨ Articular melhor as Igrejas, cooperativas, escolas, sindicatos, colônias, nas praças públicas, nos Meios de comunicação, etc.;
¨ Procurar mobilizadores populares para realizar as discussões;
¨ Organizar melhor o povo na articulação;
¨ Envolver as pessoas do campo e da cidade;
¨ Envolver a juventude;
¨ Realizar Assembléias populares em cada Comunidade e Municípios;
¨ Envolver professores e pensar na Educação popular e contextualizada;
¨ Luta assumida por todos;
¨ Denunciar os problemas que atrapalham a vida do povo;
¨ Organizar melhor o Núcleo
¨ Consciências de não desperdiçar a água
¨ Consciência a partir de casa
¨ Projeto biosfera da caatinga
¨ Projetos de apoios à juventude
¨ Educação do campo
¨ Encontro em Pão de Açúcar
¨ Realizar formação: encontros, seminários;
¨ Realizar Mobilização Nacional contra a Transposição com: Acampamento em Brasília, ampliar a discussão, etc.;
¨ Que as prefeituras contribuam com alternativas
¨ Realizar Parcerias com critério

Equipe de Articulação do Núcleo Dimas e Calumbi:
1. Instituto Palmas: Silvia Janayna
Contato: 82 3686 3170
E-mail: institutopalmas@uol.com.br
2. Caminhantes do Rio: Frei Enoque
Contato: 79. 3337 1203
E-mail: soenge@ig.com.br
3. Colônia de Pescadores de Canidé do São Francisco: Conceição
Contato: 79. 3337 1421/ 79.8105 2085
E-mail: mconceicaonat@yahoo.com.br
4. MPA- Movimento de Pequenos Agricultores: Aroldo
Contato: 79. 8103 2590
E-mail: sergipe@mpabrasil.org.br
5. CONAQ – Coordenação Nacional dos Quilombolas: Manoel Belarmino
Contato: beloboqueirao@bol.com.br
6. SINTESE: Edimilson e Roseane
7. FETAG/ STR de Pão de Açúcar: Pedro Lúcio
Contato: 82. 3624 7044
E-mail: strpaodeacucar@ig.com.br


Papel da Equipe
- ajudar a mobilizar as comunidades e organizações desta região
- participar do Fórum de Articulação Popular do Baixo São Francisco
- assumir tarefa e dividi-las em defesa do São Francisco
- procurar ter senso coletivo
- organizar o tempo para ter disponibilidade para as ações em defesa do São Francisco
- procurar não ser personalista para incluir a todos, lembrando que esta é uma articulação ampla com diversos parceiros de luta.


O Encontro finalizou com uma bonita Celebração as margens do São Francisco.

São Francisco Vivo: Terra, Água, Rio e Povo!